Nome da professora: Lucielma
Disciplina: Língua Portuguesa
Série: 2ªF Ensino Médio
Assunto: Figuras de linguagem
Data: 29/06/2020
Olá estudantes!
Desejo que estejam bem!
Vamos trabalhar com as figuras de linguagem, nas nossas aulas presenciais fizemos alguns exercícios sobre este assunto. Nesta postagem, consta todo conteúdo sobre as figuras de linguagem e alguns exercícios, leiam com muita atenção e respondam. Dúvidas postem nos comentários no blog ou enviem por e-mail.
Boa sorte!
Se cuidem!
Devolutiva correção da atividade enviada até o dia 06/07/2020.
Enviar no e-mail - lucielma@prof.educacao.sp.gov.br
Figuras de linguagem
As figuras de linguagem são recursos
linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem mais rica e
expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza,
traduzindo particularidades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de
linguagem exprimem também o pensamento de modo original e criativo, exploram o
sentido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum
modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus
elementos. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras
de construção e figuras
de palavras ou semânticas.
Para dominarmos o uso das
figuras de linguagem de maneira correta, estudaremos, de modo sintetizado, os
conceitos de denotação e conotação.
Denotação
Ocorre denotação quando a
palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma
realidade concreta ou imaginária.
Já é a
quinta vez que perco as chaves do meu armário
Aquela
sobremesa estava muito azeda, não gostei.
Conotação
Ocorre a conotação
quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando
várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de
atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original.
A chave da
questão é você ser feliz independente do momento
Margarida é
uma mulher azeda, está sempre de péssimo humor.
Podemos perceber que as palavras chave e azeda ganham novos
sentidos além dos quais encontramos nos dicionários. O sentido das palavras
está de acordo com a ideia que o emissor quis transmitir. Sendo assim, a
conotação é um recurso que consiste em atribuir novos significados ao sentido
denotativo da palavra.
Figuras
de som ou sonoras
As figuras de
som ou figuras sonoras são aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem para
reproduzir os sons presentes nos seres. São as seguintes: aliteração,
assonância, paronomásia e onomatopeia.
Aliteração: consiste na repetição
ordenada de mesmos sons consonantais.
“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito”.
(Guimarães Rosa)
Assonância: consiste na repetição
ordenada de mesmos sons vocálicos.
“O que o vago e incógnito desejo/de ser eu
mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa)
Paronomásia: consiste na aproximação
de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
“Conhecer as manhas e
as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”.
(Almir Sater e Renato Teixeira)
Onomatopeia: consiste na criação de
uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma figura que procura imitar os
ruídos e não apenas sugeri-los.
Chega de
blá-blá-blá-blá!
É importante
destacar que a existência de uma figura de linguagem não exclui outras. Em um
mesmo texto podemos encontrar aliteração, assonância, paronomásia e
onomatopeia.
Figuras de construção ou sintaxe
As figuras de
construção ou figuras de sintaxe são desvios que são evidenciados na construção
normal do período. Elas ocorrem na concordância, na ordem e na construção dos
termos da oração. São as seguintes: elipse, zeugma, pleonasmo, assíndeto,
polissíndeto, anacoluto, hipérbato, hipálage, anáfora e silepse.
Elipse: consiste na omissão de
um termo facilmente identificável pelo contexto.
Na sala,
apenas quatro ou cinco convidados. (omissão de havia)
Zeugma: ocorre quando se omite
um termo que já apareceu antes. Ou seja, consiste na elipse de um termo que
antes fora mencionado.
Nem ele
entende a nós, nem nós a ele. (omissão do termo entendemos)
“E rir meu riso e derramar meu
pranto....” (Vinicius de
Moraes)
Assíndeto: é a supressão de um
conectivo entre elementos coordenados
“Todo coberto de medo, juro, minto,
afirmo, assino.” (Cecília Meireles)
Acordei,
levantei, comi, saí, trabalhei, voltei.
Polissíndeto: consiste na repetição de
conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“...e planta, e colhe, e mata, e vive,
e morre...” (Clarice Lispector)
Anacoluto: consiste em deixar um
termo solto na frase. Isso ocorre, geralmente, porque se inicia uma determinada
construção sintática e depois se opta por outra.
“Eu, que me chamava de amor e minha
esperança de amor.”
“Aquela mina de ouro, ela não ia deixar
que outras espertas botassem as mãos.” (Camilo Castelo Branco)
Os termos
destacados não se ligam sintaticamente à oração. Embora esclareçam a frase, não
cumprem nenhuma função sintática nos exemplos.
Hipérbato ou Inversão: consiste no deslocamento
dos termos da oração ou das orações no período. Ou seja, é a mudança da ordem
natural dos termos na frase.
São como
cristais suas lágrimas.
Batia
acelerado meu coração.
Na ordem
direta, as frases dos exemplos expostos seriam:
Suas
lágrimas são como cristais.
Meu coração
batia acelerado.
Hipálage: ocorre quando se atribui
a uma palavra uma característica que pertence a outra da mesma frase:
Esse sapato
não entra no meu pé! (= Eu não entro nesse sapato!)
Essa blusa
não cabe em mim. (= Eu não caibo mais nessa blusa.)
Anáfora: é a repetição da mesma
palavra ou expressão no início de várias orações, períodos ou versos.
“Tudo é silêncio, tudo calma, tudo
mudez.” (Olavo Bilac)
Silepse: ocorre quando a
concordância se faz com a ideia subentendida, com o que está implícito e não
com os termos expressos. A silepse pode ser:
De gênero:
Vossa
excelência é pouco conhecido. (concorda com a pessoa representada pelo pronome)
De número:
Corria
gente de todos os lados, e gritavam. (gente dá
ideia de plural, gritavam concorda com “gente”)
De pessoa
Os
brasileiros somos bastante otimistas. (brasileiros dá ideia
de nós (1º p. do plural) somos, 1º p. do plural “concorda” com “somos”)
Figuras de palavras ou
semânticas
Consistem no
emprego de uma palavra num sentido não convencional, ou seja, num sentido
conotativo. São as seguintes: comparação, metáfora, catacrese, metonímia,
antonomásia, sinestesia, antítese, eufemismo, gradação, hipérbole, prosopopeia,
paradoxo, perífrase, apóstrofe e ironia.
Comparação ou símile: ocorre comparação quando
se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por
nexos comparativos explícitos, como tal
qual, assim
como, que
nem e etc. A principal diferenciação entre a comparação e a metáfora é a presença dos nexos
comparativos.
“E flutuou no ar como se
fosse um príncipe.” (Chico Buarque)
Metáfora: consiste em empregar um
termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de
similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. Na metáfora ocorre
uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo”.
(Fernando Pessoa)
Catacrese: ocorre quando, por falta
de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro por empréstimo.
Ele
comprou dois dentes de alho para colocar na comida.
O pé
da mesa estava quebrado.
Não sente
no braço do sofá.
Metonímia: assim como a metáfora,
consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente
significa uma coisa passa a ser utilizada com outro sentido. Ou seja, é o
emprego de um nome por outro em virtude de haver entre eles algum
relacionamento. A metonímia ocorre quando se emprega:
A causa pelo
efeito: vivo do
meu trabalho (do produto do trabalho = alimento)
O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (=
veneno)
O instrumento
pelo usuário: os microfones corriam
no pátio = repórteres).
Antonomásia: É a figura que designa
uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória.
A cidade
eterna (em
vez de Roma)
Sinestesia: Trata-se de mesclar,
numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais.
Um doce
abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil)
O efeito pela causa: aquele
poeta bebeu a morte (= veneno)
O instrumento
pelo usuário: os microfones corriam
no pátio = repórteres).
Antonomásia: É a figura que designa
uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória.
A cidade
eterna (em
vez de Roma)
Sinestesia: Trata-se de mesclar, numa
expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais.
Um doce
abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil)
Antítese: é
o emprego de palavras ou expressões de significados opostos.
Os jardins têm vida e morte.
Eufemismo: consiste em atenuar um pensamento desagradável ou chocante.
Ele sempre faltava com a verdade (= mentia)
Gradação
ou clímax: é uma sequência de
palavras que intensificam uma ideia.
Porque gado a gente marca,/ tange, ferra, engorda e mata,/
mas com gente é diferente.
Hipérbole:
trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede!
Não vejo você há séculos!
Prosopopeia ou personificação:
consiste em atribuir a seres inanimados características próprias dos seres
humanos.
O jardim olhava as crianças
sem dizer nada.
Paradoxo: consiste no uso de palavras de sentido oposto que parecem
excluir-se mutuamente, mas, no contexto se completam, reforçam uma ideia e/ou
expressão.
Estou cego, mas agora consigo
ver.
Perífrase: é uma
expressão que designa um ser por meio de alguma de suas características ou
atributos.
O ouro negro foi o grande
assunto do século. (= petróleo)
Apóstrofe: é a interpelação enfática de pessoas ou seres
personificados.
“Senhor
Deus dos desgraçados!/
Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)
Ironia: é o recurso linguístico que consiste em afirmar o contrário
do que se pensa.
Que pessoa educada! Entrou sem
cumprimentar ninguém.
Referências bibliográficas:
TERRA, Ernani. Minigramática.São Paulo:
Scipione, 2007.
ALMEIDA, Nílson Teixeira de. Gramática da Língua
Portuguesa para concursos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Atividade
Figuras de linguagem
Observe a letra da música – Parabólica do grupo Engenheiros do Hawaii:
Ela
para e fica ali parada
Olha-se
para nada (Paraná)
Fica
parecida (Paraguaia)
Para-raios
em dia de sol para mim
Prenda
minha parabólica
Princesinha
parabólica
O
pecado mora ao lado
E o
paraíso paira no ar
Pecados
no paraíso
Se a
TV estiver fora do ar
Quando
passarem os melhores momentos da sua vida
Pela janela alguém estará
De
olho em você
Completamente
paranoico
Prenda
minha parabólica
Princesinha
Clarabólica
Paralelas
que se cruzam
Em
Belém do Pará
Longe,
longe, longe (aqui do lado)
(Paradoxo:
Nada nos separa)
Eu
paro
E
fico aqui parado
Olho-me
para longe
A
distância não separabólica.
www.letras.mus.com/engenheiroshawaii/
1. A música toda é construída com figuras de
linguagem. Dentre elas nós temos:
Assinale (V) para
verdadeiro e (F) para falso.
a.( ) a repetição da consoante p em todos os versos representa a
figura de linguagem chamada de Aliteração.
b.( ) a repetição da consoante p
em todos os versos, representa a figura de linguagem chamada de Assonância.
c.( ) Nos versos: “Ela para e fica ali parada/ Eu paro e fico aqui
parado”. Há uma repetição dos termos sem
necessidade( para-parada/ paro-parado) Essa figura de linguagem chama-se: Pleonasmo.
d.( ) No verso: Pela janela alguém estará de olho em você. A
palavra destacada representa a figura de linguagem conhecida como: Sinestesia.
e.( ) No verso: “...Longe, longe, longe...” temos a figura de linguagem denominada de Anáfora, pois um termo é repetido três vezes.
e.( ) No verso: “...Longe, longe, longe...” temos a figura de linguagem denominada de Anáfora, pois um termo é repetido três vezes.
2. Analise o trecho da música Águas de março da cantora Elis Regina e
responda:
“É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva
chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da
canseira...”
Qual
é o nome da figura de linguagem presente nos versos destacados na letra da
música “Águas de março”?
3. No
verso: “É a viga, é o vão, festa da cumueira...” temos uma repetição da vogal /a/ Como é o nome dessa
figura de linguagem?
4. Observe o trecho da canção “Exagerado “ do cantor Cazuza e
responda:
"Eu
nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Se você não me notar
Eu
posso até morrer de fome
Se você não me amar."
Se você não me amar."
A figura de linguagem que representa os versos destacados na
canção acima é denominada;
a.antítese
b.pleonasmo
c.hipérbole
d.anáfora
5. Identifique
as figuras de linguagem presentes nas orações abaixo:
a.Mário é preguiçoso como
uma segunda-feira.
b.Maria é engraçadinha.
c.A árvore disse ao
pássaro:_ Saia do meu galho.
d.Quase morri de tanto
chorar ontem.
e.Gastei rios de dinheiro nessa roupa.
Comentários
Postar um comentário