Educação Física- Profº Cristiano Lemos- 2E, 2F - Corpo Saúde e Beleza, Efeitos do Treinamento Físico


Efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do treinamento físico.

Os treinamentos esportivos produzem alterações fisiológicas em quase todos os sistemas do nosso corpo, particularmente dentro dos músculos com ganhos de força e do Sistema Cardiorrespiratório melhorando a resistência respiratória de acordo com a modalidade.


As alterações que resultam do treino são influenciadas pela frequência, duração e, particularmente, pela intensidade do programa de treino e pela hereditariedade.
Os efeitos do treino são específicos para o tipo de exercício a realizar, para os grupos musculares implicados e para o tipo de programa de treino utilizado.

A especificidade do treino e do exercício comporta duas amplas bases fisiológicas:

• Metabólica
• Neuromuscular

Alterações Aeróbias (sistema cardiorrespiratório)

Existem três principais adaptações aeróbias que ocorrem no músculo esquelético, principalmente como resultado dos programas de treino de endurance (resistência), por exemplo, uma corrida de rua. Maior conteúdo de Mioglobina.

O conteúdo de mioglobina no músculo esquelético aumenta substâncialmente após o treino. A mioglobina é um pigmento semelhante à hemoglobina capaz de fixar o oxigênio. A esse respeito, age como um depósito para o oxigênio. Entretanto, essa é considerada como sendo uma função secundária no sentido de contribuir para aprimorar o sistema aeróbio. A sua principal função consiste em ajudar no fornecimento (difusão) de oxigênio da membrana celular para as mitocôndrias, onde é consumido.

Maior oxidação dos Carboidratos (Glicogênio)
O treino aumenta a capacidade do músculo esquelético em desintegrar o glicogênio na presença de oxigênio (oxidação) em CO2 + H2O, como produção de ATP. Assim, a capacidade do músculo em gerar energia aeróbia é aprimorada. A evidência para essa alteração consiste no aumento da potência aeróbia máxima (VO2 max).

Existem duas adaptações subcelulares principais que contribuem para a maior capacidade das células musculares em oxidarem os carboidratos após o treino:

a) Aumentos no número, tamanho e área superficial da membrana das mitocôndrias do músculo esquelético.

b) Aumento no nível de atividade ou concentração das enzimas implicadas no ciclo de Krebs e no sistema de transporte de elétrons. Vários estudos mostraram aumentos tanto no número, como no tamanho das mitocôndrias após o treino. Além da maior capacidade do músculo em oxidar glicogênio, há também um aumento na quantidade de glicogênio armazenado no músculo após o treino.

É bom lembrar que o músculo esquelético humano contém normalmente entre 13 a 15 gramas de glicogênio por kg de músculo. Após o treino está demonstrado que essa quantidade aumenta 2,5 vezes. Esse aumento no armazenamento de glicogênio é devido, pelo menos em parte, ao fato de o treino produzir maiores atividades das enzimas responsáveis pela síntese e desintegração do glicogênio (enzimas do ciclo do glicogênio).

Maior oxidação de Gordura
Como o glicogênio, a desintegração (oxidação) da gordura em CO2 + H2O com produção de ATP na presença de oxigênio aumentam após o treino. Convém lembrar que a gordura pode e deve servir como principal fonte de combustível para o músculo esquelético durante os exercícios de endurance. Assim sendo, uma maior capacidade em oxidar gordura constitui uma vantagem definida por resultar no aprimoramento do desempenho dessas atividades. Ou seja, atividades de corrida trabalhando a frequência cardíaca em níveis mais elevados conforme o planejamento e orientação profissional é grande aliado na perda de peso e sua manutenção.

Alterações Musculares

Há também as alterações musculoesqueléticas que são proporcionadas pelos exercícios de Força, com a Musculação muito frequente nas academias do país.
A força muscular pode ser definida como a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento, e é considerada uma capacidade física importante para o condicionamento físico não só para atletas como também para indivíduos não atletas (KOMI, 2003).

Estudos demonstraram que o treinamento de força induz a hipertrofia das fibras do tipo I e II, ou seja, há um ganho e aumento da massa muscular seja pelo aumento das fibras ou multiplicação conforme o treino utilizado. O treinamento de força não apenas fortalece os ossos, articulações e músculos. Ele pode também beneficiar órgãos importantes, como o coração.

O efeito é bastante duradouro, pois o corpo será capaz de queimar gordura por horas após os exercícios.

Homens e mulheres perdem naturalmente a massa muscular à medida que envelhecem. Um resultado deste processo é que o seu metabolismo muitas vezes se torna mais lento, aumentando suas chances de ganhar peso e gordura. Isso pode acontecer a partir dos seus trinta anos

Alem destes há diversos outros ganhos que o treinamento de força pode proporcionar.

Alterações Psicológicas

Atividade física ajuda na produção de hormônios tais como serotonina, dopamina e endorfina. Eles são responsáveis pela sensação de bem-estar e felicidade e também favorecem o metabolismo, a qualidade de pensamentos, as neurotransmissões e muito mais.

Com isso pode haver melhora na autoestima, redução do estresse, proteção do sistema cognitivo e prevenção de doenças degenerativas, reforço do sistema imunológico bem com aumento da disposição para encarar o dia a dia.

Todos os benefícios físicos que o exercício proporciona combinado com uma alimentação equilibrada permitem com que nossa qualidade de vida seja cada vez melhor e mais longínqua.

Lembrem-se, as atividades físicas bem como os acompanhamentos nutricionais feitos por um profissional quando possível são muito importantes para o alcance das melhorias no entorno do treinamento físico.

Dúvidas estarei com vocês !

cristianolemos@prof.educacao.sp.gov.br


Fontes:


KOMI PV. Strength and power in sport. Blackwell: London, 2003.

O treinamento físico estruturado e a recomendação de atividade física no  diabetes | Evidência Saúde




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