Professora: Raquel Nunes – Historia
Turmas: 8A,8B,8C e 8D
Data de Entrega: 13/07/2020
Via e-mail: rcandidosilva@prof.educacao.sp.gov.br
Independência das
Américas
As Independências na América ocorreram
de maneiras diferenciadas. A influência dos países colonizadores acrescentou
características específicas às colônias da Espanha, de Portugal e da
Inglaterra.
O movimento de independência começou na América no
século XVIII. Nesta ocasião, as Treze Colônias, que eram de
propriedade da Inglaterra, se manifestaram contra as cobranças cada vez mais
intensas feitas por sua metrópole. A coroa inglesa implementou uma série de
impostos que exigia muito dos colonos. Revoltados, estes organizaram
manifestações e assumiram posturas radicais, tendo como resultado uma guerra
entre colônia e metrópole. A primeira recebeu o apoio da França, histórica
rival da Inglaterra, e acabou conquistando sua independência na década de 1770.
Mais tarde, na última década do mesmo século,
aconteceu um caso emblemático e raro de independência no continente Americano.
O Haiti vivenciou uma revolta dos escravos contra as classes
dominantes. A Revolução Haitiana, que começou em 1789, uniu os negros que
viviam no local exercendo trabalho compulsório em combate contra a escravidão e
os abusos dos soberanos. O evento acabou se tornando a única independência na
América movida por escravos. A consequência foi o descontentamento das
metrópoles em relação ao Haiti, passando a boicotar o novo país ou tratá-lo de
maneira diferenciada. Até hoje é possível notar os efeitos que os descasos de
outros países deixaram e deixam em um país que uniu escravos para acabar com
tal forma de exploração no trabalho.
Já as colônias espanholas na
América receberam a influência de uma série de fatores em seus processos de
independência. A Espanha era detentora do maior território colonial no
continente americano, suas posses iam do atual México até o extremo sul do
continente. Nestas terras se fortificou uma elite local conhecida como criollos,
que eram os filhos dos espanhóis nascidos no Novo Mundo. Os criollos
desenvolveram suas atividades e seus interesses na América, contestando, várias
vezes, atitudes metropolitanas. Internamente, o fortalecimento dos criollos e a
insatisfação com as exigências da metrópole influenciaram nos movimentos de
emancipação. Os criollos manifestaram-se em favor de maior liberdade política e
econômica. Já no cenário internacional, o exemplo da independência dos Estados
Unidos, que povoava o imaginário dos separatistas, e a situação política na
metrópole, que passava por momentos de grande instabilidade, davam suas
contribuições para o processo. O resultado foi uma série de independências no
território americano que antes pertencia à Espanha, fragmentando toda a imensa
colônia em vários países durante o século XIX.
Já o Brasil, colônia de
Portugal, não passou por uma guerra contra à metrópole, caso dos Estados
Unidos, ou por uma grande fragmentação do território, como aconteceu com a
América Espanhola. No início do século XIX, em 1808, o rei português Dom João VI transferiu toda sua corte para o
Brasil em meio a fuga dos exércitos de Napoleão
Bonaparte que
conquistavam os territórios na Europa.
Isso, na prática, significou
que o Brasil deixava de ser uma colônia e transformava-se em parte integrante
do Reino português, que agora passava a ser chamado de Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. Essa medida era importante para o Brasil e, segundo
as historiadoras Lilia Schwartz e Heloísa Sterling, a medida tinha como
objetivo principal evitar que o Brasil seguisse pelo caminho da fragmentação
revolucionária – como havia acontecido na relação entre EUA e Inglaterra.
A presença da família real
no Brasil havia proporcionado grandes avanços, mas, ainda assim, demonstrações de
insatisfação aconteceram por meio da Revolução Pernambucana de 1817. A mudança da família real para o Brasil havia resultado em
grande aumento de impostos e interferido diretamente na administração da
capitania.
A Revolução Pernambucana de
1817 foi reprimida violentamente. Três anos depois de lidarem com ela, o rei D. João VI
teve de lidar com insatisfações em Portugal que se manifestaram em Revolução Liberal do Porto de 1820.
Esse foi o ponto de partida do processo de independência do Brasil.
Portugal vivia uma forte
crise, tanto
política quanto econômica, em
consequência da invasão francesa. Além
disso, havia uma forte insatisfação em Portugal por conta das transformações
que estavam acontecendo no Brasil, sobretudo com a liberdade econômica que o
Brasil havia conquistado com as medidas de D. João VI.
A Revolução Liberal do Porto eclodiu
em 1820 e foi organizada pela burguesia portuguesa inspirada em ideais
liberais. Um dos grandes objetivos dos portugueses era o retorno do rei para
Portugal. Na visão da burguesia portuguesa, Portugal deveria ser a sede do
Império português.
Outra reivindicação importante
dos portugueses foi a exigência de restabelecimento do monopólio comercial
sobre o Brasil. Essa exigência causou grande insatisfação no Brasil, uma vez que
demonstrava a intenção dos portugueses em permanecer os laços coloniais em
relação ao Brasil. O rei português, pressionado pelos acontecimentos em seu
país, resolveu retornar para Portugal em 26 de abril de 1821.
Na viagem de D. João VI,
cerca de quatro mil pessoas retornaram para Portugal. O rei português, além
disso, levou para Portugal uma grande quantidade de ouro e diamantes que
estavam nos cofres do Banco do Brasil. Com o retorno de D. João VI, Pedro de Alcântara foi transformado em regente do Brasil.
Atividades:
1-Um evento ocorrido em Portugal foi de suma importância para
a deflagração da Independência do Brasil, já que obrigou D. João VI a cruzar
novamente o Atlântico, em retorno a Portugal. Qual foi esse evento?
a. Revolução da Maria da
Fonte
b. Revolta da Patuleia.
c. Revolta Liberal do
Porto.
d. Revolução dos Cravos.
2- Leia o texto a seguir para responder ao que pede a
questão.
Decreto das Cortes Portuguesas
“A 24 de abril de 1821, as Cortes de Lisboa declararam os governos
provinciais independentes do Rio de Janeiro, subordinando-os diretamente às
Cortes. Antes mesmo que lá chegassem os deputados brasileiros, já tratavam as
Cortes, em 29 de setembro de 1821, de assuntos de sumo interesse para o Brasil,
decidindo transferir para Lisboa [...] o Conselho da Fazenda, a Junta de
Comércio, a Casa de Suplicação e várias outras repartições instaladas no país
por d. João VI. Decretava-se a seguir, em 29 de setembro, 1º e 18 de outubro a
volta do príncipe regente, nomeando-se para cada província, na qualidade do
Poder Executivo, um governador-de-armas, independente da junta e destacando
novos contingentes de tropas para o Rio de Janeiro e Pernambuco. ”
COSTA, Emília Viotti da. Introdução do
estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme
(org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1976.
O texto acima se refere às deliberações das Cortes em Portugal, formada
quando a família real portuguesa estava no Brasil, que pretendiam eliminar
várias ações de autonomia administrativa implantadas por D. João VI na
possessão portuguesa da América. Sobre o processo de Independência do Brasil
é incorreto afirmar que:
- A
primeira medida de autonomia econômica realizada por D. João VI foi a
abertura dos portos às nações amigas.
- Frente
à pressão das Cortes, o príncipe regente D. Pedro I dirigiu-se a Portugal
para prestar contas, voltando, porém, ao Brasil logo depois para poder
realizar a Independência.
- A
formação das Cortes obrigou D. João VI a retornar a Portugal, visto estar
receoso de perder o poder na metrópole.
- As
Cortes formadas em Portugal foi uma consequência da Revolução Liberal do
Porto, de 1820.
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