Prof. Me. Horácio - 7º ano A, B e C - Geografia


2º Bimestre do ano letivo de 2020: Geografia.
Prof. Me. Horácio José de Souza Neto.
Gmail: horaciojose@prof.educacao.sp.gov.br
Entrega da atividade: 13/07/2020

Atividades pedagógicas de geografia para o desenvolvimento de aprendizagens durante o período de reclusão social.
OBS: as atividades estarão agregadas ao e-mail institucional como repositório das aulas que já foram trabalhadas pelo Centro de Mídias SP na respectiva semana letiva.

Respondam as atividades no arquivo Word (Fonte 12, Arial, Espaçamento de 1,5 e margens Esquerda e Superior de 3cm - margens Direita e Inferior de 2cm), no cabeçalho escrevam o Nome, número e a Série, escrevam também o título da atividade. O prazo de entrega desta atividade corresponde ao período letivo semanal com data de entrega até o dia 13/07, segunda-feira. Porém, essa atividade está planejada de acordo com o número de aulas previstas, 04 no total, adaptadas ao ambiente virtual para atender o expediente letivo das 2ª,4ª,5ª e 6ª feiras (as 3º são dedicadas as reuniões e planejamentos pedagógicos desta disciplina). Prezados alunos, desta forma, haverá mais tempo para exercitar o aprendizado, lembrando que é importante entregar as atividades no prazo estipulado para obterem orientações sobre dúvidas dos conceitos e práticas trabalhadas durante cada aula executada em ambiente virtual.
Utilizaremos recursos textuais e visuais, as atividades são dissertativas. As orientações sobre os exercícios e a entrega dos mesmos serão trabalhadas e postadas no e-mail institucional todos os dias no horário das 7h às 18h30, com exceção dos finais de semana, feriados e nas 3ª feiras (alunos com acesso apenas ao e-mail institucional, verificar a nota registrada na SED) e no Classrom (a própria interface disponibiliza a visualização das notas organizadas cronologicamente).

Até mais e bons estudos.






7 anos A, B e C do ensino fundamental.

Trabalhando conceitos:
(EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial e discutir os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas no Brasil, em especial no Estado de São Paulo.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO: CICLOS ECONÔMICOS

            Na primeira aula sobre a formação territorial do Brasil vimos de forma geral como ocorreu o processo de ocupação a partir das atividades econômicas. Nesta aula vamos aprofundar os estudos sobre os CICLOS ECONÔMICOS e a organização territorial construída a partir dessas atividades.

EXTRATIVISMO DO PAU BRASIL

            O início do século XVI marcou a posse territorial do Brasil pela Coroa Portuguesa, a frente do Reinado lusitano liderava o Rei Dom Manuel I. Mas até o ano de 1530 o Brasil não configurava como uma colônia, ou seja, não havia uma organização governamental, o território era apenas uma possessão de Portugal, neste período a única atividade econômica empregada era a extração do Pau Brasil. Período histórico classificado como Pré-Colonial.
            É a partir do ano de 1534 que o Brasil se torna uma colônia oficial da Coroa Portuguesa com a criação do Governo Geral da Colônia e o desenvolvimento da primeira divisão territorial do Brasil, as Capitanias Hereditárias (12 unidades territoriais), inicia-se então, o primeiro ciclo econômico do Brasil, a monocultura da cana-de-açúcar.


A ocupação portuguesa do litoral brasileiro só teve início com a criação do regime de capitanias hereditárias por D. João III, em 1532, e sua implantação a partir de 1534. Até então, a exploração do novo território era esparsa e basicamente individual, a exemplo da donataria concedida pelo rei D. Manuel a Fernando de Noronha visando ao arrendamento do comércio de pau-brasil. Foi através desse sistema de capitanias que os primeiros núcleos de ocupação e colonização portuguesa do Brasil foram estabelecidos, a exemplo de São Vicente, concedida a Martim Afonso de Sousa, em 1532, e de Pernambuco, concedida a Duarte Coelho, em 1534. Portugal deu início à colonização do Brasil para compensar a perda para os muçulmanos de um importante comércio no Norte da África, garantir as rotas para as Índias e expulsar os franceses que assediavam a costa brasileira desde o início do século XVI.
Fonte: Brasil 500 anos de povoamento – IBGE. Disponível em: <https://brasil500anos.ibge.gov.br/territoriobrasileiro-e-povoamento/construcaodoterritorio/capitanias-hereditarias.html>. Acesso em: 02 dez. 2019.


A ocupação portuguesa no Brasil colônia teve um caráter exploratório dos recursos naturais presentes em um território já humanizado, se fixando primeiramente na faixa litorânea. As poucas cidades e vilas constituídas no período, assim como todas as áreas agrícolas, ocorreram nas proximidades do oceano Atlântico, a via de comunicação com Portugal. Assim, a criação do território brasileiro é resultado de séculos de formação, com mudanças ocorrendo na medida que novas terras eram conquistadas e cresciam as disputas por domínio e poder. Essas conquistas ocorreram por meio de guerras e influências políticas.
Elaborado especialmente para o Material de Apoio ao Currículo Paulista (Caderno do Aluno, SÃO PAULO, 2020, p. 20).


            Em todo o período colonial a coroa portuguesa não era a única nação europeia a desbravar os mares, no inicio da colonização o território brasileiro era cobiçado pelos franceses, posteriormente uma terceira nação europeia também estabeleceu colônia no Brasil, a coroa holandesa com Maurício de Nassau conquistou o Nordeste no século XVII. Sobre esses domínios temos as seguintes referências: São Luiz do Maranho (possessão francesa) e Recife (possessão holandesa).
            Nos primeiros séculos de colonização os portugueses utilizaram a mão de obra dos povos originários, os indígenas, principalmente no início dos primeiros engenhos de açúcar antes da intensa comercialização dos escravos africanos.

CICLO ECONÔMICO DO AÇÚCAR

            Este ciclo celebra o período do Brasil Colonial a partir de 1534, sua configuração territorial era basicamente litorânea, as vilas eram formadas no entorno das Fazendas de Engenho e apresentavam a seguinte lógica produtiva: monocultura, latifúndio e mão de obra escrava.
            Este modelo produtivo ficou classificado historicamente com o termo de Plantation que estabelecia a estrutura de exploração das colônias:

Plantation
- Monocultura – cultivo de apenas uma espécie de planta, a cana-de-açúcar.

- Latifúndio – grande propriedade de terras sob a posse de um senhor de engenho.

- Mão-de-obra escrava – trabalho não remunerado com intensa exploração, o escravo era uma propriedade do senhor de engenho, constituídos por negros e índios.

            O modelo de produção do Plantation foi muito lucrativo para Portugal, por isso foi mantido até o final do século XIX, quando no ano de 1888 fora decretada a Abolição da Escravatura.

O CICLO ECONÔMICO DA MINERAÇÃO

            A extração do ouro e do diamante na colônia brasileira iniciada no século XVII foi responsável pelo processo de interiorização do Brasil provocando duas mudanças básicas, interiorização e urbanização.


O extrativismo mineral do ouro e do diamante transformou o Centro-Sul em área dominante, a qual se subordinaram outros centros produtores, notadamente os do açúcar e os pecuaristas. A formação de um setor de consumo interno nas Capitanias de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, ainda que temporário, diminuiu a excessiva dependência econômica em relação aos mercados europeu, africano e rio-platense. Como efeito desta hegemonia econômica, a capital do Estado do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763. A crise econômica determinada pelo declínio da mineração, na segunda metade do século XVIII, foi atenuada pela ressurreição agrícola, que valorizou o açúcar e o algodão, principalmente. Também a pecuária passou a figurar nas exportações de couro e de sola, além de registrar o desenvolvimento das charqueadas e saladeiros pela articulação com o extrativismo salineiro no Nordeste e no Sul. O mapa também localiza os conflitos de interesse coloniais e metropolitanos. Esta oposição manifestou-se em revoltas e conspirações, estas últimas já programando a emancipação política do Brasil.
Fonte: Atlas Histórico Escolar (Domínio Público – página 28). Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov. br/download/texto/me001601.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2019 (Caderno do Aluno, SÃO PAULO, 2020, p. 24).













O CICLO ECONÔMICO DO CAFÉ





Texto 1

Embora a economia permanecesse agrária e escravista, subordinada ao setor de consumo externo, a partir da segunda metade do século começaram as atividades econômicas em regime capitalista. O café, cujas exportações superaram o algodão e o açúcar, manteve sua hegemonia apesar da mudança do trabalho escravo pelo assalariado. Em sua primeira etapa, enriqueceu os proprietários fluminenses, mineiros e paulistas. Foi também na Província de São Paulo que o café passou a ser produzido por trabalhadores livres e assalariados, nacionais e estrangeiros. No Extremo Norte iniciou-se o extrativismo da borracha, realizado principalmente por imigrantes nordestinos. As exportações de café destinadas principalmente ao setor de consumo norte-americano aumentaram a receita e diminuíram a dependência comercial em relação à Inglaterra. Um dos efeitos dessa nova situação foi o protecionismo alfandegário, adotado em 1844, que dificultava as importações estrangeiras. Esses dois elementos, articulados à abolição do tráfico negreiro, em 1850, e aos investimentos estrangeiros, produziram condições para que se ampliasse a rede bancária, as facilidades de crédito para a aplicação em serviços urbanos, ferrovias e nas primeiras indústrias. Nessa conjuntura situam-se as múltiplas iniciativas capitalistas do Barão e Visconde de Mauá, das quais e mais ambiciosa foi a tentativa de implantação do Estaleiro da Ponta da Areia, em Niterói. Nessas novas condições, o trabalho escravo tornou-se antieconômico pela sua pequena capacidade consumidora. Os setores capitalistas, constantemente reforçados, aumentaram a pressão abolicionista, que produziu a Lei Visconde do Rio Branco, a Saraiva-Cotegipe e, finalmente, a Lei Áurea, em 1888 (Caderno do Aluno, SÃO PAULO, 2020, p.30-31).

Texto 2
“Toda a ligação com o mundo se resume no cordão umbilical do correio – magro estafeta bifurcado em pontiagudas éguas pisadas, em eterno ir e vir com duas malas postais à garupa, murchas como figos secos. Até o ar é próprio; não vibram nele fonfons de auto, nem cornetas de bicicletas, nem campainhas de carroça, nem pregões de italianos, [...] Só os velhos sons coloniais – o sino, o chilreio das andorinhas na torre da igreja, o relincho dos carros de boi, [...]. Isso, nas cidades. No campo não é menor a desolação. Léguas a fio se sucedem de morraria áspera, onde reinam soberanos a saúva e seus aliados [...] Por ela passou o Café, como um Átila. Toda a seiva foi bebida e, sob forma de grão, ensacada e mandada para fora. [...] Transfiltrou-se para o Oeste, na avidez de novos assaltos à virgindade da terra nova; ou se transfez nos palacetes em ruína; ou reentrou na circulação europeia por mão de herdeiros dissipados [...] O major enlouquecia. Estava à mingua de recursos, endividado, a fazenda penhorada, os camaradas desandando, os credores batendo à porta. Já ia para três anos que o produto das safras não bastava para cobrir o custeio. Três déficits sucessivos devoraram-lhe as economias e estancaram as fontes. Mas o velho não desanimava. O cafezal estava um brinco, sem um pezinho de capim. [...] Aconselharam-lhe o plantio de cereais; o feijão andava caro, o milho dava bom lucro. Nada! O homem encolerizava-se e rugia: - Não! Só café! Só café! Há de subir, há de subir muito. Sempre foi assim. Só café. Só café [...]”
Fonte: LOBATO, M. Cidades Mortas. São Paulo: Brasiliense, 1995 (Caderno do Aluno, SÃO PAULO, 2020, p.31).






Texto 3
Por volta da década de 1870, a economia paulista experimentava um desenvolvimento com proporções nunca antes vistas. O café, em sua expansão para o oeste, transpôs Campinas e alcançou Ribeirão Preto e Jaú. O algodão se alastrou por extensões de terra de Sorocaba, Itu, Tatuí. A cana-de-açúcar, que tinha a primazia na economia até a primeira metade do século XIX, perdia espaço para o café, muito embora continuasse sendo um importante fator de exportação. E, simultaneamente, a capital paulista presenciava o assentamento das primeiras indústrias nas proximidades de sua região central. Nesse contexto de efervescência econômica, a estrutura dos meios de transportes se redefine: em 1867, a São Paulo Railway ligava Santos à Jundiaí; em 1872, a Companhia Paulista comunicava Jundiaí a Campinas; no mesmo ano, a Mogiana passou a ligar São Paulo ao nordeste paulista; um ano depois, a Companhia Ituana ligou por meio de trilhos Jundiaí e Itu; e a Sorocabana, em 1875, articulou a cidade de São Paulo à região de Sorocaba e ao antigo caminho para o Sul. O desenvolvimento da economia cafeeira não teria sido possível sem as estradas de ferro. As antigas tropas de mulas não podiam escoar uma grande produção espalhada por milhares de quilômetros. As distâncias com as estradas de ferro deixam de ser um obstáculo. Se a expansão da cafeicultura foi à mola propulsora para a criação das ferrovias paulistas, o desenvolvimento das estradas de ferro contribui para a expansão da economia cafeeira, do capital cafeeiro e, consequentemente, da formação da burguesia cafeeira. Desde o início, esses grandes plantadores de café não se limitaram a organizar e dirigir apenas plantações de café e exerciam diversas outras funções. Afastando-se das atividades ligadas à gestão direta das plantações, confiando-as a administradores, atuam como grandes comerciantes, casas de exportação, compradores da produção de outros proprietários, financiadores de novas plantações e modernização de seus equipamentos, e até mesmo a frente do aparelho de Estado. Fonte: Metrô – Gestão Ambiental. Disponível em: <http://www.metro.sp.gov.br/metro/licenciamento-ambi
ental/pdf/linha_18_bronze/eia/volume-iii/Arquivo-20.pdf> Acesso em: 03 dez. 2019 (Caderno do Aluno, SÃO PAULO, 2020, p.31-32).

Texto 4
Desde o início da colonização no século XVI, o Brasil já fazia parte do crescente fluxo de comércio mundial. O açúcar foi o primeiro produto agropecuário com forte exportação para a Europa. Na década que se insere entre 1821/1830, 84,6% das exportações brasileiras eram de produtos agropecuários: açúcar (32,2%), algodão (20,0%), café (18,6%), peles e couros (13,8%). No final do século XIX (1891/00), os produtos agropecuários também dominavam a pauta. O café passa a ter um grande peso na nossa pauta exportadora: café (63,8%), borracha (15,8%), açúcar (5,7%), algodão (2,5%), peles e couros (2,5%). Esses dados evidenciam que é histórica a inserção do Brasil no comércio mundial agropecuário.
Fonte: GovBR. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/artigos/brasil-no-comercio-mundial-agropecuario> Acesso em: 25 mar. 2019 (Caderno do Aluno, SÃO PAULO, 2020, p.32).


Texto 5 (vídeo)
Os imigrantes e o ciclo do café – O vídeo apresenta uma síntese sobre a participação
dos imigrantes na expansão da lavoura do café.
Fonte: TV Senado (publicado em 31 de out. de 2018), disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=catx_sJGxwU> Acesso em: 03 dez. 2019 e/ou por meio do QR Code ao lado.


ATIVIDADES

1 O que foi o tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava?
2 Por que a capital do Brasil Colonial foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro?
3 Explique o papel da ferrovia no desenvolvimento do ciclo do café, em especial no Estado
de São Paulo.

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