Professora Raquel - Historia 8A,8B,8C e 8D


Professora: Raquel Nunes – Historia
Turmas: 8A,8B,8C e 8D
Data de Entrega: 20/07/2020
Via e-mail: rcandidosilva@prof.educacao.sp.gov.br


O processo de independência do Brasil
As duas exigências das Cortes portugueses logicamente repercutiram no Brasil, e grande parte dessa repercussão foi negativa. A pressão sobre d. João VI para o seu retorno era muito grande, e a opinião no Brasil sobre isso dividia-se. Sobre a segunda exigência (restauração do monopólio comercial), a opinião em geral foi extremamente negativa, pois demonstrou a intenção das cortes portugueses de recolonizar o Brasil.
Pressionado, d. João VI jurou lealdade à Constituição portuguesa em fevereiro de 1821, e, em abril, partia, junto da corte portuguesa, de volta para Lisboa. No entanto, seu filho, Pedro de Alcântara, permanecia no Rio de Janeiro como príncipe regente do Brasil.
A partir daí, a relação entre Brasil e Portugal só se desgastou, a começar pela atuação das Cortes portuguesas e sua relação com os representantes brasileiros. Os portugueses demonstraram a intenção de impor a autoridade de Lisboa sobre todas as regiões do Império Português, e as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling ainda destacam que os colonizadores tratavam os representantes brasileiros e o próprio Brasil com desdém.|1|
A intransigência dos portugueses na relação com os brasileiros fez com que a disposição da elite brasileira a negociar fosse transformada em resistência. Com isso, a agitação revolucionária no Brasil começou a aumentar e foi impulsionada pela elite do Sudeste. Lilia Schwarcz e Heloísa Starling destacam também que, entre setembro e outubro, a relação entre Brasil e Portugal agravou-se por medidas determinadas pelas Cortes. Essas medidas foram|2|:
  • Envio de mais tropas portuguesas para o Brasil;
  • Transferência de instituições do Rio de Janeiro para Lisboa;
  • Exigência do retorno do príncipe regente.
A reação ao pedido de retorno de d. Pedro para Portugal foi muito grande e negativa, fazendo os brasileiros insatisfeitos organizarem o que ficou conhecido como Clube da Resistência. Por meio deste, foi organizado um abaixo-assinado contra o retorno de d. Pedro a Portugal. O príncipe regente recebeu esse documento com oito mil assinaturas em janeiro de 1822.


Esse evento acabou levando ao Dia do Fico, que aconteceu em 9 de janeiro, e foi uma ocasião em que d. Pedro anunciou publicamente que desobedeceria a ordem portuguesa e permaneceria no Brasil. Até hoje os historiadores não têm certeza da fala proferida por d. Pedro, pois existem divergências nos relatos.
Nessa altura dos acontecimentos, a saída pela defesa da independência começava a ganhar força nas elites brasileiras, embora ainda fosse do desejo de muitos encontrar um caminho que conciliasse os interesses de Brasil e Portugal. A atuação das Cortes, por sua vez, selou o caminho e conseguiu unificar a maioria das províncias brasileiras pela independência.
Em maio de 1822, ficou decidido que as ordens enviadas por Portugal só teriam validade no Brasil por meio da aprovação pessoal de d. Pedro, e isso ficou conhecido como o Cumpra-se. Em junho foi convocada uma Assembleia Constituinte, com a intenção de elaborar uma Constituição para o Brasil.
A condução do processo de independência foi realizada, principalmente, por José Bonifácio, uma vez que ele conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas decisões tomadas e na forma como d. Pedro administrava o Brasil.
Por fim, veio o rompimento oficial. No final de agosto, uma carta com novas ordens de Portugal chegava ao Brasil, e o tom continuava ríspido. As Cortes criticavam os “privilégios” brasileiros, exigiam novamente o retorno do regente e chamavam José Bonifácio de traidor. Essa nova carta fez a esposa de d. Pedro, d. Leopoldina, convocar uma sessão extraordinária que ficou decidida pela independência do Brasil.
As notícias trazidas de Portugal e a decisão dessa sessão extraordinária foram enviadas para d. Pedro. O regente estava em viagem para São Paulo, e o mensageiro chamado Paulo Bregaro alcançou a comitiva do regente em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga. Ao inteirar-se da situação, o regente, supostamente, realizou o grito da independência, também conhecido como Grito do Ipiranga.
 
Esse acontecimento é considerado como o marco da independência brasileira. A partir daí, foi iniciada uma guerra de independência, pois algumas províncias optaram por manter-se leais a Portugal. Depois de alguns anos em guerra, a independência do Brasil foi reconhecida por Portugal em 1824. Nesse período de 1822 a 1824, o Brasil começava a organizar-se como nação independente enquanto derrotava as províncias que ainda eram leais a Portugal.

Questão 01
Como era chamado o dia em que D. Pedro decidiu permanecer no Brasil, apesar das pressões políticas para o seu retorno a Portugal?
a) Dia da Permanência.
b) Dia do Porto.
c) Dia do Não.
d) Dia do Fico.
e) Dia do Imperador.
Questão 02
A Independência do Brasil:
a) rompeu o processo histórico;
b) adaptou a estrutura política do país às conveniências da aristocracia rural;
c) acelerou o processo de modernização econômica;
d) representou um sério golpe na economia escravista;
e) representou um retrocesso político, devido à forma monárquica de governo adotada.
Questão 03
O príncipe D. Pedro, na Independência do Brasil, foi:
a) essencial, pois sem ele não ocorreria a independência;
b) figura de fachada, totalmente submisso aos desejos de José Bonifácio;
c) mediador, minimizando os antagonismos entre Brasil e Portugal;
d) manipulado pela aristocracia rural, objetivando realizar a independência com a manutenção da unidade popular;
e) totalmente independente, tomando para si liderança do processo, dando à independência um caráter revolucionário.
Questão 04
A respeito da independência do Brasil, pode-se afirmar que:
a) consubstanciou os ideais propostos na Confederação do Equador;
b) instituiu a monarquia como forma de governo, a partir de um amplo movimento popular;
c) propôs, a partir das ideias liberais das elites políticas, a extinção do tráfico de escravos, contrariando os interesses da Inglaterra;
d) provocou, a partir da Constituição de 1824, profundas transformações nas estruturas econômicas e sociais do País;
e) implicou na adoção da forma monárquica de governo e preservou os interesses básicos dos proprietários de terras e de escravos.



Comentários