Profª Verônica - Português - 1CDEFG - Comunicação pós-moderna (CMSP, Caderno do aluno)

Profª Verônica
Matéria: Português
Turma: 1CDEFG
Entrega: duas semanas a partir da data da publicação.
Enviar para: vtezoni@prof.educacao.sp.gov.br EM ARQUIVO WORD
Dúvidas e perguntas nos comentários ou por e-mail.



COMUNICAÇÃO PÓS-MODERNA

Objetivos: identificar sinonímia e ideias-chave em um texto; lexicografia: dicionário, glossário e enciclopédia.

Habilidade: Localizar informações visando a resolver problemas, no campo das instituições linguística e literária, em dicionários, enciclopédias, gramáticas, internet, entre outros.

Caderno do aluno  p. 111



 Olá! Vamos trabalhar com atividades de leitura e questionários:

*Leia ou responda o que estiver selecionado nesta cor.


Leia: https://oglobo.globo.com/sociedade/pos-modernidade-comunicacao-23436505

RIO — Pós-modernidade é sinônimo de explosão comunicativa. Estamos cercados da parafernália eletrônica destrinchada pelas análises de Adorno, Hockeimer, MacLuhan, Walter Benjamin e outros. Ela reduz o mundo a uma aldeia que se intercomunica em tempo real. Porém, enquadrada em uma paisagem cultural hegemônica, que Boaventura de Sousa Santos qualifica de monocultura. A espetacularização da notícia procura naturalizar a imagem midiática, como se o mundo fosse o que vemos na TV ou na internet.

Tudo isso molda-nos a identidade. Não há como configurá-la de outro modo. Somos vulneráveis à multimídia. E nunca a comunicação foi tão ágil, rápida e fácil, embora cara. Sem sair da cama, podemos saber o que ocorre na Ásia, falar ao telefone com um nepalês, entrar em um site de bate-papo e nos enturmar com um bando de jovens do Brooklin. À audição (rádio) somam-se a visão (foto, cine, TV) e a fala (telefone e internet). Faltam apenas o cheiro e o contato epidérmico, o toque.

Diante de todo esse cipoal comunicativo levanta-se uma questão: e a intercomunicação pessoal, tão valorizada por Habermas? Quantos pais “acessam” os filhos? Como é a conversa olho no olho? Comunicação que se faz comunhão, interação, e que transmite, não apenas emoção de imagens e sons, mas algo mais profundo — afeto.

Reféns da tecnologia, sem aparatos eletrônicos temos dificuldade de dialogar com o próximo. Nossos avós punham a cadeira na varanda, e até mesmo na calçada, e ficavam horas jogando conversa fora. Hoje, a ansiedade dificulta o diálogo interpessoal. Preferimos a comunicação virtual, mental, mas não a corporal. O corpo se transforma em território do silêncio das palavras, embora se cubra de adornos que “falam”, como a roupa, a esbelteza malhada, os gestos...

Nessa “fala” o corpo simula (faz de conta ser o que não é) e dissimula (esconde o que de fato é). Por isso, a comunicação interpessoal é arriscada, pois tende a desmascarar, trair, revelar contradições. O corpo sou eu e eu não sou tão bom quanto a imagem que projeto de mim mesmo. Como cavaleiro medieval, visto uma armadura que encobre a minha verdadeira identidade, a armadura pós-moderna da parafernália eletrônica. Ela me salva. Permite-me ser conhecido por uma imagem mediatizada pela multimídia ou, no contato pessoal, pelos adornos que me imprimem cheiro de grife.

Nu, sou um fracasso, uma decepção frente à minha baixa autoestima. Ainda mais se acrescento à nudez o que me desnuda por dentro, a fala. Não é por outra razão que os ícones projetados pela mídia — modelos, artistas, atletas, ricos — não falam. São fotografados e expostos excessivamente, mas nada se sabe do que pensam, em que acreditam, que valores abraçam ou que visão de mundo têm. São seres belos, porém silenciados. Se abrirem a boca, o balão desinfla, o encanto desaparece, a carruagem vira abóbora.

Não é fácil o verbo se fazer carne. Graças à multimídia, o verbo se faz caro e raro. É virtualizado para ser esvaziado de significado. Assim, não nos sentimos desafiados. Na imagem, a catástrofe é épica; na minha esquina, trágica. E ao contemplar o épico me iludo de que vivo em uma ilha imune à dor e ao sofrimento. E suporto a reclusão do silêncio temendo que a minha palavra se faça carne, ou seja, revele quem realmente sou — este ser frágil, carente, que ainda não descobriu a diferença entre prazer, alegria e felicidade.

Por isso, costumam ser complicadas as relações familiares e de grupos que compartilham o mesmo espaço virtual, como toda relação confinada em um mesmo espaço. Não se desfila dentro de casa. No cotidiano, a imagem é atropelada pelas emoções. É o que Buñuel desvela no filme “O discreto charme da burguesia”. No espaço doméstico emerge o nosso lado avesso — aquela pessoa que realmente somos, sem maquiagens de bens, funções e adornos.

Para conviver fora de casa, vestimos a armadura. Vamos para a guerra, para o reino da competição e do sucesso a qualquer preço. Não podemos, portanto, mostrar a cara. Protegem-nos a parafernália eletrônica e o diálogo virtual. Somos o que não aparentamos e aparentamos o que não somos. Eis a pós-verdade, o paradoxo que a pós-modernidade nos impõe.

Frei Betto é escritor, autor do romance “Hotel Brasil” (Rocco), entre outros livros.

 

Leia: https://www.significados.com.br/pos-modernidade/

O que é a Pós-modernidade:

Pós-modernidade é um conceito que representa toda a estrutura sócio-cultural desde o fim dos anos 80 até os dias atuais. Em suma, a pós-modernidade consiste no ambiente em que a sociedade pós-moderna está inserida, caracterizada pela globalização e domínio do sistema capitalista.

Vários autores dividem a pós-modernidade em dois principais períodos. A primeira fase teria começado com o fim da Segunda Guerra Mundial e se desenvolvido até o declínio da União Soviética (fim da Guerra Fria). Já a segunda e derradeira etapa teve início no fim da década de 1980, com a quebra da bipolaridade vivida no mundo durante a Guerra Fria.

Etapas da Pós-modernidade

Primeira etapa da Pós-Modernidade

De modo geral, a pós-modernidade representa a "quebra" com antigos modelos de pensamento linear defendidos na era moderna pelos iluministas. Estes eram baseados na defesa da razão e ciência como parte de um plano em prol do desenvolvimento da humanidade.

Porém, com os horrores presenciados na Segunda Guerra Mundial, começou a crescer um forte sentimento de insatisfação e decepção na sociedade, visto que todo o "plano" moldado com base nos ideais iluministas havia falhado.

De acordo com Jean François Lyotard (1924 - 1998), um dos mais importantes filósofos a conceituar a pós-modernidade, esta pode ser claramente exemplificada como a total falência das ideias tidas como certas e verdadeiras em outrora pelos pensadores modernos.

A pós-modernidade questiona as grandes utopias e antigas certezas que antes eram defendidas pelos iluministas. Desta forma, passa a considerar tudo como um conjunto de meras hipóteses ou especulações.

Segunda etapa da Pós-Modernidade: consolidação

Muitos estudiosos consideram o fim da década de 1980 como a consolidação definitiva da Pós-Modernidade como uma estrutura social, política e econômica no mundo. Com o fim da bipolaridade imposta pela Guerra Fria, o mundo passou a viver sob uma Nova Ordem, baseada na ideia de pluralidade e globalização entre quase todas as nações.

Os avanços tecnológicos e nos meios de comunicação, o boom da internet e o monopólio do sistema capitalista são algumas das características que ajudaram a consolidar os princípios que definem a sociedade pós-moderna.

A definição de pós-modernidade é complexa e existem diferentes pontos de vista sobre a sua formação e significado. Vários sociólogos, filósofos, críticos e estudiosos buscam explicar esse fenômeno que "substituiu" os princípios que em outrora marcaram a modernidade.

Características da pós-modernidade

A pós-modernidade é caracterizada pela ruptura com os ideais iluministas que eram defendidos durante a era moderna, como os sonhos utópicos da construção de uma sociedade perfeita com base em princípios tidos como verdadeiros e únicos.

Entre outras características de destaque, ênfase para:

·         Substituição do pensamento coletivo, e emersão do sentimento de individualismo, representado pelo narcisismo, hedonismo e consumismo;

·         Valorização do "aqui e agora" (Carpe Diem);

·         Hiper-realidade (mistura entre o real e o imaginário, principalmente com o auxílio das tecnologias e ambientes online);

·         Subjetividade (nada é concreto e fixo. A ideia antes tida como verdadeira passa a ser interpretada apenas como mais uma no conjunto das hipóteses);

·         Multiculturalismo e Pluralidade (fruto da globalização e mistura entre características típicas de cada cultura, por exemplo);

·         Fragmentação (mistura e união de vários fragmentos de diferentes estilos, tendências, culturas, etc);

·         Descentralização;

·         Banalização ou ausência de valores.

Veja também o significado de Multiculturalismo.

Pós-modernidade ou Pós-modernismo?

Há uma grande discussão em volta do uso correto desses dois termos. Alguns estudiosos consideram ambos sinônimos, enquanto outros tratam de enfatizar as diferenças entre a pós-modernidade e o pós-modernismo.

Fredric Jameson, crítico literário norte-americano e um dos principais autores a analisar a pós-modernidade, defende que, embora semelhantes em alguns aspectos, os dois conceitos são distintos.

pós-modernidade seria uma estrutura, ou seja, o modo como a atual sociedade está configurada. Para Jameson este período pode ser chamado de "capitalismo tardio" ou "terceiro momento do capitalismo". Em suma, representa o período em que a globalização se consolida, assim como as mudanças nas áreas tecnológicas, comunicacionais, científicas, econômicas, etc.

Por outro lado, o pós-modernismo deve ser interpretado como um estilo artístico-cultural, que nasceu essencialmente a partir da arquitetura e se espalhou para as artes e literatura.

Ou seja, seria correto usar o termo pós-modernismo para se referir às obras e demais trabalhos estilísticos que apresentam características da pós-modernidade, como:

·         ausência de regras e valores;

·         individualismo;

·         pluralidade;

·         choque e mistura entre real e imaginário (hiper-real);

·         liberdade de expressão, etc.

Para Jameson essa diferenciação é importante, pois enquanto o estilo é algo efêmero (muda facilmente), a alteração de uma estrutura não é tão fácil.

Zygmunt Bauman e a 'Modernidade Líquida'

Os estudos feitos por Bauman (1925 - 2017) sobre a pós-modernidade e suas consequências, são considerados um dos mais significativos, seja no campo sociológico ou filosófico.

O pensador polonês cunhou a expressão "modernidade líquida" para se referir ao período conhecido como pós-modernidade.
Para Bauman, as relações sociais na pós-modernidade são muito efêmeras, ou seja, assim como se constroem facilmente, tendem a ser destruídas com a mesma facilidade. Os relacionamentos mantidos através das redes sociais na internet é um bom exemplo do princípio da fluidez das relações contemporâneas.

A instabilidade, fragmentação, descentralização e multipluralidade, que são algumas das características mais marcantes da sociedade pós-moderna, ajudam a entender a ideia do uso da palavra "líquida" para definir o estado da atual "modernidade", de acordo com Bauman.

Assim como os líquidos não possuem uma forma e podem "deslizar" com mais facilidade de um lado para outro em um jarro, por exemplo, dessa forma também podem ser descritos os comportamentos e valores humanos da sociedade globalizada.

Saiba mais sobre o significado de Modernidade Líquida.

Diferença entre Modernidade e Pós-modernidade

Para muitos estudiosos, a chamada "era moderna" teria se iniciado a partir da Revolução Francesa (século XVIII), quando houve o rompimento com os pensamentos que vigoravam no período medieval para ascender os ideais iluministas.

Segundo os princípios do Iluminismo, durante a Modernidade predominava a razão e a ciência como meios exclusivos de conquistar a verdade absoluta de todas as coisas.

Durante a era moderna também teve início da Revolução Industrial, que se desenvolvia enquanto a sociedade vivia em meio a um grande conflito ideológico. Vale ressaltar que naquela época era assimilada a ideia da existência de uma verdade derradeira e definitiva.

Diferente do estado fragmentado da pós-modernidade, na modernidade predominava o pensamento linear e cartesiano, onde a sociedade se reunia sob o manto de um propósito em comum. Os "planos" em prol de construir estruturas sociais utópicas era o que motivava a humanidade durante esse período.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma profunda crise na sociedade que começa a abandonar os antigos "planos" fracassados da era moderna. Assim, emerge, aos poucos, todas as características que definem a atual sociedade pós-moderna: o individualismo, o predomínio do capitalismo, o consumismo, a valorização do prazer individual, etc.

Modernidade

Pós-modernidade

Início na Revolução Francesa (séc. XVIII).

Início no fim da Guerra Fria (anos 80 do séc. XX).

Pensamento linear e cartesiano.

Pensamento fragmentado.

Plano coletivo, em busca do "sonho utópico".

Individualismo / Cada pessoa em busca de seus prazeres e satisfações individuais.

Busca pela ordem e progresso.

Quebra de barreiras territoriais e culturais / Globalização.

Trabalhar em prol de um "plano" coletivo para o futuro.

Hedonismo / Viver o "aqui e o agora".

 

 

Agora responda, de acordo com suas leituras e suas reflexões:

O que é pós-modernidade?

O que é comunicação pós-moderna?

Quadro 1: De acordo com a aula, o que é ditado popular (provérbio)?

Quadro 2: De acordo com a aula, o que é substantivo masculino?

De acordo com a aula: Quais diferenças entre ambos os textos (quadros 1 e 2 citados acima) e que conceitos eles veiculam?

Qual o gênero textual de ambos os quadros?

Quais as funções deste gênero?

Texto: comunicação pós-moderna

Leia:

Paulo sai de casa todos os dias às 6 horas, toma banho, se troca, escova os dentes e vai para o trabalho. Fernanda faz quase o mesmo, a diferença é que todos os dias ela leva nas mãos uma pequena sacola, onde carrega seu almoço e algumas frutas. Ambos fazem quase o mesmo trajeto diariamente, pegam o mesmo trem, lotado, no mesmo horário, às quinze para as sete! Ela, mesmo com a sacola em uma das mãos, utiliza o smartphone com a outra, entretida. Ele, com um grande fone de ouvido, que lhe tapa sobremaneira a lateral do rosto, faz o mesmo; ela parece conversar com alguém; ele assiste a um vídeo através de um famoso aplicativo para celulares. Depois de algum tempo dentro do transporte público, Paulo e Fernanda descem na mesma estação, às vezes até pela mesma porta, e seguem cada um para seu local de trabalho, junto a uma pequena multidão que compartilha do mesmo trajeto, hábitos matinais, todos com olhos, ouvidos e mentes voltados para o aparelho, seja dentro ou fora do vagão. O rapaz é estagiário em uma empresa de telecomunicações e a moça uma executiva na área de finanças, assim como Suelen, Marcos, Seu José e Dona Maria que têm suas próprias profissões e que desceram na mesma estação naquele dia nublado de quinta-feira. Se Fernanda e Paulo um dia se conhecerão é impossível prever, se perderem ou quebrarem o celular, talvez eles se conheçam. Caso o trem descarrile obrigando as pessoas a se ajudarem, eles, fatalmente, não se conhecerão!?

Responda:

O que você sentiu ao ler este texto?

De que forma ocorreu a comunicação entre as personagens do texto?

As pontuações “!?” no final do texto sugerem o quê?

No trecho: “Ela, mesmo com a sacola em uma das mãos, utiliza o smartphone com a outra, entretida. Ele, com um grande fone de ouvido, que lhe tapa sobremaneira a lateral do rosto, faz o mesmo; ela parece conversar com alguém; ele assiste a um vídeo através de um famoso aplicativo para celulares”, que palavras foram usadas para retomar os nomes dos protagonistas? Que palavras são essas?

Quais características de uma crônica que estão presentes neste texto?

O que o autor sugere ao  utilizar o termo pós-moderno?

Quais suas considerações finais a respeito do tema?


Envie esta lição para o meu e-mail; Copie as perguntas e respostas em seu caderno ou imprima e cole.


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