22 - Prof. Marili Serafini - Artes - 9d 9e

Prof.Marili Serafini

Disciplina: Arte

Turmas: 9º D e E

Aula: 22 - Elementos cênicos do teatro

Contemporâneo (CMSP 31/08/2020)

Habilidade: EF09AR26

Data: 01/09/2020





Assista a aula do CMSP de 31/08/2020 abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=n9U4esZBqUU


A aula aponta a importância da cenografia, figurino, iluminação, etc, na imersão do espectador ao assistir uma peça de teatro.

Imagine qual a sensação ao assistir a peça ilustrada neste pequeno trecho a seguir e a importância deste cenário para a peça.


https://www.youtube.com/watch?v=lE0tK2HXFWM



ATIVIDADE: 

Copie o texto abaixo em seu caderno, tire uma foto e envie para o e-mail abaixo:


Teatro  Contemporâneo

Espetáculo: BR3

Data de início:22-03-2006

Local de realização: (Brasil / São Paulo / São Paulo)

Tipo do evento: Espetáculo 

Atualizado em: 24-07-2020


Histórico

A montagem de BR3, dirigida por Antônio Araújo (1966) e encampada pelo Teatro da Vertigem, marca a passagem da tematização do sagrado da Trilogia Bíblica, formada por Paraíso Perdido, 1992; O Livro de Jó, 1995; e Apocalipse 1,11, 2000. Dedica-se a uma abordagem mais aprofundada da identidade brasileira. Com dramaturgia de Bernardo Carvalho, é a quarta e, do ponto de vista da logística, a mais ousada encenação da companhia, que atua sobre as águas do rio Tietê, em São Paulo. 

Marca e fundamento do trabalho da companhia, o processo colaborativo entre os seus componentes e o dramaturgo se dá, no caso de BR3, ao longo de um apurado estudo sobre o Brasil e uma viagem para pesquisa de campo. O Teatro da Vertigem visita as cidades de Brasiléia, no Acre, Brasília e o bairro Brasilândia, na periferia de São Paulo, a fim de buscar - nesses lugares cujos nomes contêm a palavra Brasil; - o material do novo espetáculo. A relação centro-periferia e os contrastes sociais do país evidenciam-se na montagem. 

Navegando sobre a sujeira, a poluição e o mau cheiro do rio Tietê, o público acompanha a história de três gerações de uma família entre o fim dos anos 1950 e o dos 1990. Depois que o marido morre na construção de Brasília, Jovelina (Marília de Santis) vai para São Paulo tentar a vida e se envolve com o tráfico de drogas, tornando-se chefe do movimento e assumindo o codinome Vanda. Ela mede forças com o policial Dono dos Cães (Sérgio Siviero), que quer controlar a área. Os dois filhos, Helianay (Daniela Carmona) e Jonas (Roberto Audio), sofrem com a violência do meio e a morte de parentes. Jonas acredita que todos os seus morreram e foge para o Acre, onde seus filhos vão procurá-lo tempos depois.

Mariangela Alves de Lima (1947) completa a análise sobre o enredo: O percurso pelo traçado ficcional - estrada, via de acesso, cruzamento e fim último de todos os dejetos de uma civilização infeliz - transcende tanto a geografia do rio paulistano quanto a história imediata da cultura que o margeia. A narrativa de BR-3, parente em primeiro grau da tragédia grega na estrutura e no desígnio universalizante, tem exatamente a formalização altissonante que lhe permite manter em equivalência o estímulo estético e o experimento perturbador da viagem pelo rio. Na condução da história há uma família cujo destino é assinalado, ou seja, inelutável. Brasília é o ponto de origem do trajeto, a periferia paulistana o lugar de exílio e sobrevivência na economia do tráfico de drogas e o extremo norte do País o ponto final onde a terceira geração se extingue. Por onde quer que trafeguem, esses personagens encontram, em cada etapa do percurso, oráculos significando, entre outras coisas, a tentação do alívio místico. Igrejas evangélicas na periferia paulistana, seitas esotéricas no Planalto Central do País, cultos indígenas revividos e reformados por caboclos do Norte, aparecem intercalados entre as peripécias decisivas do espetáculo. 

Dentro da embarcação de três pavimentos, em uma voadeira que navega a seu lado ou nas margens do rio Tietê, as cenas se passam alternando passado e presente. A crítica louva a proeza do grupo que supera os deslocamentos entre margens e barcos e consegue manter audíveis os diálogos e discursos dos intérpretes. O espaço da encenação, formado por complexos viários e viadutos, começa na Ponte do Piqueri e tem três pontos-chave:  o anel de ligação entre as rodovias Anhangüera e Bandeirantes é Brasília; a Ponte dos Remédios, Brasilândia; e o Cebolão, o Acre. Segundo a crítica Beth Néspoli: O espectador acompanha a trajetória histórica de um país que investiu no progresso, mas não planejou o que fazer com os resíduos desse projeto. Fossem só resíduos químicos e orgânicos, bastaria uma viagem pelo rio Tietê para revelar esse erro histórico trágico. Mas o mérito de BR3 é revelar que tal degradação vai muito além. (...) O destino dessa gente, inexorável rumo à degradação, é representativo de uma tragédia nacional, intrínseca a um modelo de desenvolvimento.

A montagem evita o tom espetacular que um trabalho desse porte facilmente sugere e demanda. O grupo cuida para operar com comedimento. Nesse sentido, o uso de garrafas de plástico e latas no figurino, por exemplo, tem função dupla: fugir ao deslumbramento e chamar a atenção para a relação entre o enredo e o espaço da encenação, experiência sensorial já bastante rica em signos. O espetáculo conquista o Prêmio Shell nas categorias de melhor diretor, melhor iluminação, para Guilherme Bonfanti (1956), e categoria especial, para o grupo, pelo projeto do BR3.


Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/



Devolutiva: mariliserafini@prof.educacao.sp.gov.br

Data: 08/09/2020


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