Simulando o Enem - Língua Portuguesa 2ªF - Profª Lucielma


Nome da professora: Lucielma


Disciplina: Língua Portuguesa 


Série: 2ªF 


Assunto: Simulando o Enem 


Data:05/10/2020 


 Olá estudantes! 

 Desejo que estejam bem!  

 Vamos trabalhar com algumas questões do Enem, apenas um treinamento para vocês terem contato com esse modelo de avaliação. Dúvidas postem nos comentários do blog ou enviem e-mails.

  Leiam e analisem as questões!

 Bom estudo! 

 Se cuidem! 


Devolutiva da atividade enviada até o dia 13/10/2020

Enviar atividade no e-mail - lucielma@prof.educacao.sp.gov.br 


                                                    Questões do Enem

Questão 1

  De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções.

  Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.

 TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).

 O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a

 A) displicência natural das pessoas que navegam pela internet.

 B) desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.

 C) impossibilidade de identificação da origem dos textos.

 D) disseminação de ações criminosas na internet.

 E) obtenção de maior popularidade nas redes.

 

Questão 2

É através da linguagem que uma sociedade se comunica e retrata o conhecimento e entendimento de si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que se refletem a identificação e a diferenciação de cada comunidade e também a inserção do indivíduo em diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias, gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês, americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário, universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro que permite classificar o indivíduo de acordo com sua nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica ou social e seu grau de instrução, é frequentemente usado para discriminar e estigmatizar o falante.

LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da linguagem formal para

 A) estabelecer proximidade com o leitor.

B) atingir pessoas de vários níveis sociais.

C) atender às características do público leitor.

 D) caracterizar os diferentes falares brasileiros.

 E) atrair leitores de outras áreas do conhecimento.  

Questão 3

10 anos de “hashtag”: a ferramenta que mobiliza a internet

  A “hashtag”, ícone das redes sociais, celebrou em 2017 seus primeiros 10 anos de uso no acompanhamento dos grandes eventos mundiais com um efeito de mobilização e expressão de emoção e humor.

  A palavra-chave precedida pelo símbolo do jogo da velha foi popularizada pelo Twitter antes de ser incorporada por outras redes sociais. A invenção foi de Chris Messina, designer americano especialista em redes sociais. Em 23 de agosto de 2007, o usuário intensivo do Twitter propôs em um tuíte usar o jogo da velha para reagrupar mensagens sobre um mesmo assunto.

Ele lançou, então, a primeira “hashtag” #barcamp sobre oficinas participativas dedicadas à inovação na web.

  O compartilhamento das palavras-chaves — que já são citadas 125 milhões de vezes por dia no mundo — já serviu de trampolim para mobilizações em massa.

Alguns slogans que tiveram grande efeito mobilizador foram o #BlackLivesMatter (Vidas negras importam), após a morte de vários cidadãos americanos negros pela polícia, e #OccupyWallStreet (Ocupem Wall Street), referente ao movimento que acampou no coração de Manhattan para denunciar os abusos do capitalismo.

AFP. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).

Ao descrever a história e os exemplos de utilização da hashtag, o texto evidencia que

A) a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade impossibilita a manutenção de seu uso original.

 B) a incorporação desse recurso expressivo pela sociedade o flexibilizou e o potencializou.

C) a incorporação pela sociedade caracterizou esse recurso expressivo de forma definitiva.

D) esse recurso expressivo se tornou o principal meio de mobilização social pela internet.

E) esse recurso expressivo precisou de uma década para ganhar notabilidade social. 

Questão 4

A nossa emotividade literária só se interessa pelos populares do sertão, unicamente porque são pitorescos e talvez não se possa verificar a verdade de suas criações. No mais é uma continuação do exame de português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs. Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que arranja um emprego para o rapaz.

Está acabada a história. É preciso não esquecer que Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande. Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema de seu ciclo literário.

 BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.

Situado num momento de transição, Lima Barreto produziu uma literatura renovadora em diversos aspectos.

No fragmento, esse viés se fundamenta na  

A) releitura da importância do regionalismo.

B) ironia ao folhetim da tradição romântica.

C) desconstrução da formalidade parnasiana.

 D) quebra da padronização do gênero narrativo.

 E) rejeição à classificação dos estilos de época. 

Questão 5

A expansão do português no Brasil, as variações regionais com suas possíveis explicações e as raízes das inovações da linguagem estão emergindo por meio do trabalho de linguistas que estão desenterrando as raízes do português brasileiro ao examinar cartas pessoais e administrativas, testamentos, relatos de viagens, processos judiciais, cartas de leitores e anúncios de jornais desde o século XVI, coletados em instituições como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do Estado de São Paulo. No acervo de documentos que servem para estudos sobre o português paulista está uma carta de 1807, escrita pelo soldado Manoel 
Coelho, que teria seduzido a filha de um fazendeiro. Quando soube, o pai da moça, enfurecido, forçou o rapaz a se casar com ela. O soldado, porém, bateu o pé: “Nem por bem, nem por mar!”, não se casaria. Um linguista pesquisador estranhou a citação, já que o fato se passava na Vila de São Paulo, mas depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por bem, nem por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não se sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou uma prova valiosa de como se falava no início do século XIX.”

 FIORAVANTI, C. Ora pois, uma língua bem brasileira. Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 (adaptado).

O fato relatado evidencia que fenômenos presentes na fala podem aparecer em textos escritos. Além disso, sugere que

 A) os diferentes falares do português provêm de textos escritos.

B) o tipo de escrita usado pelo soldado era desprestigiado no século XIX.

C) os fenômenos de mudança da língua portuguesa são historicamente previsíveis.

D) as formas variantes do português brasileiro atual já figuravam no português antigo escrito.

E) as origens da norma-padrão do português brasileiro podem ser observadas em textos antigos. 

Questão 6

Biografia de Pasárgada  

  Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego do D. Pedro II a Ciropédia fiquei encantado com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul da Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de adolescente começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante alguns anos em Pasárgada.

  Mais de vinte anos depois, num momento de profundo desânimo, saltou-me do subconsciente este grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!” Imediatamente senti que era a célula de um poema. Peguei 
do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez, o poema saiu quase ao correr da pena. Se há belezas em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não passam de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as reminiscências da infância — as histórias que Rosa, minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta etc. BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.

 O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da criação de um de seus poemas mais conhecidos. De acordo com esse depoimento, o fazer poético em “Vou-me embora pra Pasárgada!”  

A) acontece de maneira progressiva, natural e pouco intencional.

B) decorre de uma inspiração fulminante, num momento de extrema emoção.

 C) ratifica as informações do senso comum de que Pasárgada é a representação de um lugar utópico.

D) resulta das mais fortes lembranças da juventude do poeta e de seu envolvimento com a literatura grega.  

E) remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira marcado por desigualdades sociais e econômicas.

Questão 7  

 

Esbraseia o Ocidente na agonia

O sol... Aves em bandos destacados,

Por céus de ouro e púrpura raiados,

Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... 


 Delineiam-se além da serrania

Os vértices de chamas aureolados,

 E em tudo, em torno, esbatem derramados

Uns tons suaves de melancolia.

 

Um mundo de vapores no ar flutua...

 Como uma informe nódoa avulta e cresce

 A sombra à proporção que a luz recua.

 

A natureza apática esmaece...

Pouco a pouco, entre as árvores, a lua

Surge trêmula, trêmula... Anoitece.


 CORRÊA, R. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 13 ago. 2017.

 Composição de formato fixo, o soneto tornou-se um modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana. No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a essa estética

A) as metáforas inspiradas na visão da natureza.

B) a ausência de emotividade pelo eu lírico.

C) a retórica ornamental desvinculada da realidade.

D) o uso da descrição como meio de expressividade.

E) o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica.


Comentários