Prof. Me. Horácio - 1 série A, B, C e D - Geografia



2º Bimestre do ano letivo de 2020: Geografia.
Prof. Me. Horácio José de Souza Neto.
Gmail: horaciojose@prof.educacao.sp.gov.br
Entrega da atividade: 29/06/2020

Atividades pedagógicas de geografia para o desenvolvimento de aprendizagens durante o período de reclusão social.
OBS: as atividades estarão agregadas ao e-mail institucional como repositório das aulas que já foram trabalhadas pelo Centro de Mídias SP na respectiva semana letiva.

Respondam as atividades no arquivo Word (Fonte 12, Arial, Espaçamento de 1,5 e margens Esquerda e Superior de 3cm - margens Direita e Inferior de 2cm), no cabeçalho escrevam o Nome, número e a Série, escrevam também o título da atividade. O prazo de entrega desta atividade corresponde ao período letivo semanal com data de entrega até o dia 29/06, segunda-feira. Porém, essa atividade está planejada de acordo com o número de aulas previstas, 02 no total, adaptadas ao ambiente virtual para atender o expediente letivo das 2ª,4ª,5ª e 6ª feiras (as 3º são dedicadas as reuniões e planejamentos pedagógicos desta disciplina). Prezados alunos, desta forma, haverá mais tempo para exercitar o aprendizado, lembrando que é importante entregar as atividades no prazo estipulado para obterem orientações sobre dúvidas dos conceitos e práticas trabalhadas durante cada aula executada em ambiente virtual.
Utilizaremos recursos textuais e visuais, as atividades são dissertativas. As orientações sobre os exercícios e a entrega dos mesmos serão trabalhadas e postadas no e-mail institucional todos os dias no horário das 7h às 18h30, com exceção dos finais de semana, feriados e nas 3ª feiras (alunos com acesso apenas ao e-mail institucional, verificar a nota registrada na SED) e no Classrom (a própria interface disponibiliza a visualização das notas organizadas cronologicamente).

Até mais e bons estudos.

1 série A, B, C e D do ensino médio.

Trabalhando conceitos:
Habilidades do Currículo Oficial do Estado de São Paulo:
Analisar a influência da globalização na acentuação dos fluxos migratórios globais;
Analisar as desigualdades relativas ao conhecimento técnico e tecnológico produzido pelas diversas sociedades em diferentes circunstâncias espaço-temporais.


A GLOBALIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO E A DESIGUALDADE DE ACESSO AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

            Na aula passada vimos que o processo migratório se intensificou, os fluxos populacionais de imigrantes obtiveram uma elevação considerável graças a evolução tecnológica dos transportes. Vimos também que os fluxos são populacionais e comerciais, nesta relação a globalização é total no âmbito comercial, mas restritiva para os deslocamentos populacionais, demonstrando um lado perverso da globalização. Nesta aula vamos analisar outro dado perverso, agora relacionado ao acesso as tecnologias, principalmente ao acesso a internet.
            Vivemos praticamente um período de meio século da globalização com intensas conexões, empresas multinacionais e transnacionais expandindo e ultrapassando barreiras territoriais, globalizando a produção e o consumo. Porém, essa globalização econômica tem ação e potencial restrito a uma parcela pequena em comparação a totalidade das nações. Essa desigual potencialidade é gerada pelo acumulo da riqueza e pelo controle dos meios de produção por uma quantidade pequena de países. São sete potências e algumas dezenas de países emergentes que participam efetivamente da economia global, um pouco mais de 40 nações em contraste com as mais de 150 nações que estão marginalizadas, gerando, consequentemente, uma pobreza cada vez mais crescente. Mas é possível mensurar e determinar o nível de pobreza da população global de forma aproximada e fidedigna sem necessitar ir a campo? Isto é possível, basta rastrear as transmissões das telecomunicações que utilizam a rede de internet para manter o fluxo de comunicação necessário para diversos fins, sejam econômicos, culturais ou de entretenimento.
            Sabemos que o acesso a internet requer desenvolvimento de infraestrutura de uma determinada região e renda per capita para aquisição de equipamentos, ou seja, é um bom indicador sobre as condições e o nível econômico das populações. Para ilustrar essa realidade, vamos observar o seguinte mapa.

Acesso à internet – 2016

Fonte: IBGE. Disponível em:
<https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_mundo/mundo_acesso_a_internet.pdf>.

Acesso em: 06 nov. 2019.


A rede geográfica das telecomunicações é classificada como a dinâmica dos fluxos imateriais. Na era da globalização, a internet passou a ser popularizada na década 1990 nos países desenvolvidos, mas nos países subdesenvolvidos caracterizados com economias emergentes, a popularização da internet ocorreu neste século, mesmo assim, países como o Brasil, apresentam considerável índices de falta de acesso a internet, este fato reforça o caráter de subdesenvolvimento indicando grandes desigualdades sociais. Este é um dos principais dilemas da globalização, ou seja, por um lado facilitou a conexão dos povos disponibilizando tecnologias materiais e imateriais ao facilitar a cobertura global da economia, ampliando o poder da produção e da circulação de mercadorias vencendo os obstáculos naturais, por outro lado, concentra os recursos e restringe o consumo dos mesmos ao mercado consumidor do Norte rico.
            A globalização evidenciou o real propósito do sistema econômico vigente, dinamizar o comercio e restringir o acesso aos recursos por meio da superexploração do trabalho. Neste mapa podemos observar uma nítida diferença de acesso à internet entre os continentes africano e europeu, por exemplo.
            O problema consiste no pensamento que embasa a globalização econômica da atua fase do capitalismo, o pensamento neoliberal. Esta doutrina retoma a base de funcionamento do sistema econômico pautado na diminuição da ação do Estado nas relações econômicas, promovendo a clássica ideia da mão invisível do mercado, ou seja, de que todos os problemas são resolvidos pela ação da economia e da livre iniciativa do mercado, desta forma, o problema do desemprego seria facilmente resolvido com uma maior liberdade de atuação das empresas que sofrem constantemente com políticas de regulação abusivas e leis trabalhistas que impedem o crescimento da economia, um argumento recorrente e muito difundido pelo pensamento neoliberal.
            O problema da não intervenção do Estado nas práticas comerciais geraram a quebra da Bolsa de Valores de New York, as duas guerras mundiais e a elevação da pobreza enquanto o liberalismo econômico era vigente. Foi somente com a solução proposta pelo economista John Maynard Keynes que o sistema capitalista retornou com crescimento a partir da década de 1930. Sua proposta foi o afrouxamento do liberalismo econômico, para então elevar a intervenção do Estado na regulação do capital nas etapas produtivas, principalmente na área trabalhista, elevando os salários, criando leis de benefícios e aumentando a ação dos sindicatos. Sua estratégia era clara e bem simples, aumentar o poder aquisitivo do trabalhador para consequentemente aquecer o consumo e esvaziar os estoques das indústrias, permitindo o resgate do lucro pelo capitalista, como de fato ocorreu. Este período de crescimento econômico durou até a crise do petróleo de 1973, a partir desta década o sistema econômico descarta a doutrina keynesiana e retoma o liberalismo econômico, classificado como neoliberalismo.
            O neoliberalismo econômico é o cenário político da globalização, ou seja, o enfraquecimento da ação do Estado perante o mercado e o fortalecimento de novas instituições empresárias, as grandes Corporações Internacionais. Este cenário do poder econômico em escala global tem início com a ação das Multinacionais, filiais de grandes empresas instaladas em países subdesenvolvidos, mas com cedes em países desenvolvidos, buscam expandir a produção para reduzir os custos com a mão de obra, tributos e matérias primas. As empresas transnacionais também apresentam a mesma dinâmica, mas com algumas diferenças, a principal diferença é a ligação da filial com a sede, as transnacionais são mais abertas e geralmente comercializam sua marca como ocorre com as franquias. Mas tanto as multinacionais como as transnacionais apresentam a mesma dinâmica econômica de obtenção de vantagens produtivas.

Atividade

1 Observando o mapa, Acesso à Internet 2016, descreva a distribuição geográfica dos internautas.

2 Por que a globalização econômica permite o deslocamento de mercadorias, mas restringem o deslocamento de pessoas.

Comentários