Profª Verônica - Português - 1C, 1D, 1E, 1F, 1G - Conto

Profª Verônica
Matéria: Português
Turma: 1C, 1D, 1E, 1F, 1G
Entrega: 29/06
Enviar para: vtezoni@prof.educacao.sp.gov.br
Dúvidas e perguntas: nos comentários.


Vídeo da aula NO YOUTUBE: AQUI

ESTUDO DE GÊNERO LITERÁRIO: O CONTO

Olá alunos!
Nesta atividade iremos trabalhar a leitura e os conhecimentos em relação ao gênero textual literário CONTO.

Em primeiro lugar, você pode saber mais sobre este gênero clicando AQUI.
Logo, é interessante conhecer um pouco sobre o autor trabalhado hoje, considerado um dos melhores escritores da nossa língua AQUI.
Também é pertinente saber sobre NARRATIVA e OS ELEMENTOS DA NARRATIVA. Clique AQUI!

Lembre-se: Trabalharemos muito esse conteúdo no Ensino Médio, portanto estude-o bastante!

Faça a leitura dos textos nos três links acima. Agora realize a leitura do conto UM APÓLOGO, DE MACHADO DE ASSIS:

Machado de Assis

UM APÓLOGO

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?
- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
- Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: - Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!


Fonte: Contos Consagrados - Machado de Assis - Coleção Prestígio - Ediouro - s/d


Leituras realizadas, hora de responder algumas questões. Vamos lá!
(essas questões respondidas devem ser enviadas para meu e-mail vtezoni@prof.educacao.sp.gov.br)
Não se esqueça que o conteúdo desta atividade também foi visto na aula do CMSP.

1) O que é um conto e quais suas características?
2) Fale um pouco sobre Machado de Assis.
3) O que são elementos da narrativa?
4) Quais características próprias dos elementos de um conto (personagem, tempo, etc.)?
5) Quais diferenças essenciais entre um ROMANCE e um CONTO?
6)O que é uma narrativa?
7) Cite outros gêneros narrativos.
8) Cite alguns autores nacionais de contos.

9)Após a leitura do conto de Machado de Assis, responda:
-  Identifique os elementos da narrativa do conto lido.
- Qual a moral da história?
- Qual é o tema do conto?
- Quais são os personagens e o espaço no conto?
- Qual figura de linguagem vemos com mais ênfase no conto? Explique.
- Qual o principal conflito do conto?
- O que é um Apólogo?
- O que seria um Professor de melancolia na sua concepção?
- Para você, o que significa Servir de agulha a muita linha ordinária?
- Cite suas impressões sobre o conto lido.


Se precisarem tirar dúvidas, temos os comentários do blog, o meu e-mail e, ainda, o CHAT do CMSP.
Até mais pessoal!!!!

Profª Verônica



Comentários

  1. Professora tem que copiar as perguntas

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  2. pode responder e enviar pelo Word ou tem q fazer no caderno?

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  3. professoraaaaa responde a pergunta dessa pessoa aí,tbem qro saber

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