Prof.Raquel - Historia
Turmas:8A,8B,8C,8D
Entregar ate do dia 29/06/2020
Via E-mail:rcandidosilva@prof.sp.gov.br
Contexto
da vinda da família real para o Brasil
Atividade:
Turmas:8A,8B,8C,8D
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Vinda da
família real para o Brasil
A vinda
da família real para o Brasil deu-se na passagem de 1807 para 1808 e
foi resultado da guerra travada entre França e Reino Unido durante o período napoleônico. A transferência da corte ocorreu pela recusa
de Portugal em obedecer às ordens da França e aderir ao Bloqueio Continental, instituído com o objetivo de prejudicar os
ingleses, em 1806.
Com
isso, o regente de Portugal, d. João, filho de d. Maria I, decidiu transferir
toda a corte para o Brasil. Assim, o poder português instalou-se no Rio de
Janeiro, resultando em transformações que tiveram influência fundamental no
desencadeamento do processo de independência do Brasil, alguns anos depois.
Os
acontecimentos da revolução reforçaram severamente a rivalidade entre França e
Inglaterra na Europa, e isso se refletiu diretamente na relação de Portugal com
esses dois países. Internamente, uma divisão muito grande instalou-se
em Portugal, uns defendendo que o país se aproximasse da França, e outros
defendendo a boa relação, estabelecida havia séculos, com o Reino Unido.
Portugal,
ainda no período revolucionário, assinou um acordo de proteção militar
com os ingleses, mas, ainda assim, buscava manter publicamente uma posição neutra, de
forma a não desagradar nenhuma das nações. Na medida em que a tensão crescia, o
que d. João fez como medida cautelar foi reforçar as defesas do país na
fronteira com a Espanha, entre 1804 e 1807, segundo pontuam as historiadoras
Lilia Schwarcz e Heloísa Starling|1|.
A ascensão de Napoleão Bonaparte só
contribuiu para que a situação agravasse-se, pois o ímpeto expansionista e o
desejo de reformular o mapa europeu do general reforçaram a polarização do
continente. O regente, d. João (que só se tornou d. João VI em 1816), como mencionado,
era constantemente pressionado, pelos apoiadores de franceses e ingleses, a
tomar partido.
O
motivo da vinda da família real para o Brasil
A
partir de 1804, Napoleão “autocoroou-se” imperador francês, o que reforçou seu
poder e ampliou a tensão na Europa. Antes disso, a situação já era apreensiva
para Portugal, uma vez que os espanhóis haviam se aliado com os franceses, o
que representava uma grande ameaça à soberania do território português. Em
1801, uma pequena guerra entre Portugal e Espanha, a Guerra das Laranjas, aconteceu e fez Portugal perder a cidade de
Olivença para a Espanha.
Nessa
derrota, os portugueses ainda foram obrigados a aceitar o seguinte termo dos
franceses: fechar os portos de seu país para embarcações inglesas. O termo foi
aceito, mas não foi colocado em prática. Incapaz de invadir a Inglaterra,
Napoleão resolveu, a partir de 1806, estabelecer o Bloqueio Continental,
o que determinou que os portos das nações europeias ficariam terminantemente
fechados para embarcações inglesas.
Com o bloqueio, os portugueses
começaram a ventilar a proposta de mudarem-se para o Brasil a fim de fugir do
alcance de Napoleão. Portugal não aceitou aderir ao bloqueio porque as relações
com os ingleses eram boas e estavam de pé por séculos. A situação estendeu-se
até meados de 1807, quando Napoleão realizou um ultimato.
O ultimato
de Napoleão determinou que Portugal deveria, até 1º de setembro,
realizar as seguintes medidas: convocar seu embaixador que estava em Londres;
expulsar o embaixador inglês de Lisboa; fechar os portos para navios ingleses;
prender os ingleses em Portugal e confiscar os bens deles; e declarar guerra à
Inglaterra|2|.
Seguiram-se
semanas de negociação entre Portugal e França e Portugal e Reino Unido,
mas não se chegou a nenhum entendimento. Os britânicos orientaram
que, se os portugueses aceitassem integralmente os termos franceses, os dois
países entrariam em guerra; já os franceses exigiam o aceite integral dos seus
termos, caso contrário, invadiriam o território português, dividindo-o com a
Espanha.
Como não houve solução, Napoleão
ordenou o envio de tropas para invadir Portugal. Em 24 de novembro, d. João
informou que as tropas francesas chegariam a Lisboa em até quatro dias e
autorizou o início dos preparativos de uma viagem ao Brasil. A corte portuguesa
tinha o compromisso dos ingleses de ser escoltada em segurança até o Brasil.
Viagem
da corte portuguesa
O embarque
da corte portuguesa aconteceu entre os dias 25 e 27 de
novembro de 1807. Em meio aos preparativos, o governo português realizou a
transferência das instituições que administravam o país, portanto, tratava-se
de uma missão muito grande para tão poucos dias. Nessa transferência, todas as
pessoas que possuíssem algum papel no governo mudaram-se para o Rio de Janeiro
com suas famílias.
As
naus portuguesas que fizeram a transferência da corte reuniram de 10
mil a 15 mil pessoas, segundo os levantamentos feitos por diferentes
historiadores. Lilia Schwarcz e Heloísa Starling dão a real dimensão do que foi
essa vinda para o Brasil: “não eram indivíduos isolados que fugiam às pressas,
e sim a sede do Estado português que mudava de endereço, com seu aparelho
administrativo e burocrático, seu tesouro, suas repartições, secretarias,
tribunais, arquivos e funcionários”|3|.
O
regente de Portugal autorizou todos os seus súditos a mudarem-se para o Brasil,
caso desejassem, mas se não houvesse espaço nas embarcações da corte, eles
deveriam procurar meios próprios de vir para o Brasil. Todos os preparativos da
mudança foram realizados às pressas, e, por isso, houve correria e pânico.
Muita coisa que deveria ter embarcado foi deixada para trás, e os navios,
abarrotados de gente, não tinham suprimentos suficientes para todos.
As
embarcações portuguesas iniciaram a viagem para o Brasil no dia 29 de novembro
de 1807, e, em alto-mar, encontraram-se com as quatro embarcações inglesas, que
as escoltaram até o Brasil. Acredita-se que as embarcações que vieram ao nosso
país trazendo a corte eram cerca de 15 (há desencontro nas informações). No fim
do dia 29, as tropas francesas entravam em Lisboa e eram formadas por cerca
de seis mil soldados.
Os
problemas na viagem foram muitos. A citada superlotação fez com que alimentos
e água fossem racionados; não havia dormitórios e camas
para todos, e os problemas de higiene era muitos. Estes resultaram em um surto
de piolhos que forçou as mulheres rasparem seus cabelos.
Período
Joanino
O
regente de Portugal, d. João, foi quem ordenou a vinda da corte portuguesa para
o Brasil. [1]
A
viagem da corte portuguesa estendeu-se por 54 dias, e, no dia 22 de janeiro de
1808, a embarcação de d. João chegou a Salvador. Da antiga capital do Brasil,
d. João já tomou a primeira medida que mudaria o curso da história brasileira:
ele decretou a abertura dos portos às nações amigas, no dia 28
de janeiro.
Depois
de uma breve estadia em Salvador, d. João foi para o Rio de Janeiro, chegando
lá no dia 8 de março. As outras embarcações foram chegando nos dias seguintes
(uma tempestade havia separado elas). A chegada da corte ao Brasil
inaugurou o Período Joanino, durante o qual d. João esteve no Brasil. A
abertura dos portos foi apenas a primeira de várias medidas tomadas pelo
regente português e que mudaram radicalmente a história brasileira.
1-Explique
o que era o Bloqueio Continental?
2-Mediante
a ameaça de invasão francesa, qual acordo foi estabelecido entre ingleses e
portugueses?
3-Portugal tinha
condições de cumprir as exigências francesas impostas pelo Bloqueio
Continental? Justifique a sua resposta.
4-Exponha duas ações tomadas por
Dom João VI assim que chegou a terras brasileiras.
5-(Fuvest-SP) “... quando o
príncipe regente português, D. João, chegou de malas e bagagens para residir no
Brasil, houve um grande alvoroço na cidade do Rio de Janeiro. Afinal era a
própria encarnação do rei (...) que aqui desembarcava. D. João não precisou,
porém, caminhar muito para alojar-se. Logo em frente ao cais estava localizado
o Palácio dos Vice-Reis”. (Lilia Schwarcz. As Barbas do Imperador.)
O significado da chegada de D. João ao
Rio de Janeiro pode ser resumido como:
a) decorrência da loucura da rainha
Dona Maria I, que não conseguia se impor no contexto político europeu.
b) fruto das derrotas militares
sofridas pelos portugueses ante os exércitos britânicos e de Napoleão
Bonaparte.
c) inversão da relação entre metrópole
e colônia, já que a sede política do império passava do centro para a
periferia.
d) alteração da relação política entre
monarcas e vice-reis, pois estes passaram a controlar o mando a partir das
colônias.
e) imposição do comércio britânico, que
precisava do deslocamento do eixo político para conseguir isenções
alfandegárias.
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