LEITURA DE UM FRAGMENTO DO LIVRO: SOBRE OS OSSOS DOS MORTOS
Autora: Olga Tokarczuk
Com a minha idade e nas minhas condições atuais, deveria sempre lavar bem os pés antes de dormir, caso uma ambulância precise vir me buscar à noite.
Se tivesse examinado nas Efemérides o que acontecia no céu naquela noite, nem me deitaria para dormir. Entretanto, caí num sono profundo; recorri ao chá de lúpulo e tomei ainda dois comprimidos de valeriana. Por isso, quando fui acordada no meio da noite pelo som - violento, excessivo, e por isso agourento - de alguém batendo na porta, não consegui me recompor. Levantei às pressas e fiquei em pé junto da cama, vacilando, pois o corpo sonolento, trêmulo, não conseguia dar o salto da inocência do sono para a vigília. Desfaleci e cambaleei, como se estivesse prestes a perder a consciência. Isso tem me acontecido ultimamente, e está relacionado com as minhas moléstias. Precisei me sentar e repetir algumas vezes para mim mesma: estou em casa, é noite, alguém está batendo na porta, e só então é que consegui controlar os nervos. Enquanto procurava os chinelos no escuro, podia ouvir que aquele que tinha batido agora circundava a casa, murmurando. No térreo, na caixa do relógio de luz, guardo gás de pimenta que ganhei de Dionísio por causa dos caçadores ilegais. Foi justamente nele que pensei agora...
ATENÇÃO: Apresentei esse início do livro e não temos atividades para hoje. Na próxima semana (recesso). No mês de setembro teremos atividades para o terceiro bimestre ok. Procurem desenvolver a leitura procurando um bom texto literário. Cuidem-se: nada de álcool, nada de balada e nada de aglomerações.
Com afeto, valdir
Qual o e-mail, professor?
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