3A 3B 3C - Sociologia - Professora Cynthia - Humanidade (Carolina Maria de Jesus)

 Nessa atividade vocês vão

- Ler a Biografia de Carolina Maria de Jesus

- Ler Humanidade de Carolina de Jesus, se necessário leia mais de uma vez

-Assistir ao Vídeo

- Responder as questões, devem conter perguntas e respostas, podendo ser no caderno ou no word

- Me enviará as fotos ou arquivo  da atividade por e:mail ruedlinger@prof.educacao.sp.gov.br, no título do e-mail colocar Sala Seu Nome e Sobrenome e nome da atividade, exemplo: 3b Carla Souza Dias  Humanidade. Antes de enviarem as fotos verifiquem se estão nítidas e não esqueçam de colocar o nome embaixo de cada folha.

 - Até 19/10 (Essa atividade valerá para o último bimestre)

 

- Um ótimo trabalho a todos.

 

 

Biografia

Carolina Maria de Jesus é uma das primeiras autoras negras publicadas no Brasil e teve sua vida atravessada pela miséria e pela fome. Favelada e catadora de papel, narrou em seus escritos a vida dura que teve desde a infância.

Além de instrumento de denúncia social produzido por alguém que efetivamente vivia nessas condições de vida devastadoras, suas mais de cinco mil páginas manuscritas, entre romances, contos, crônicas, poemas, peças de teatro, canções e textos de gênero híbrido, dotadas de estilo próprio, confrontam os ditames da tradição literária e da norma padrão culta da língua. Carolina foi publicada em mais de 40 países e traduzida para 14 línguas.

Natural da cidade de Sacramento, sudeste de Minas Gerais, Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914. De origem muito humilde, era neta de escravos e uma entre os oito filhos de uma lavadeira analfabeta. Desde criança manifestava o desejo intenso de aprender a ler e a curiosidade incessante sobre o mundo — tudo perguntava, tudo queria saber.

Incentivada por uma das freguesas de sua mãe, Carolina ingressa aos sete anos no Colégio Alan Kardec. Cursa a primeira e a segunda séries do primário, mas teve que deixar a escola, pois a mãe não conseguia mais manter a si e aos filhos na cidade e resolveu mudar-se para a roça. Moraram ainda em diversos outros lugares, como Ubatuba, Franca e Ribeirão Preto, sempre lidando com dificuldades. Passaram fome, frio, não tinham onde morar.

Carolina chegou a São Paulo em 1947. Sua rebeldia natural fazia com que não se adaptasse ao trabalho de empregada doméstica. No ano seguinte, engravidou de um português, que a abandonou. Na época, ninguém dava emprego para mãe solteira e Carolina foi morar na rua. Foi então que chegou à favela do Canindé: o governador paulista Adhermar de Barros mandara recolher todos os mendigos pelas ruas e despejá-los num grande terreno à margem esquerda do rio Tietê.

Construiu seu próprio barraco, onde nasceram seus três filhos, João José (1948), José Carlos (1950) e Vera Eunice (1953), cada um de um relacionamento diferente. Carolina dizia que homem algum ia entender sua necessidade literária, pois estava sempre às voltas com os livros, os lápis, os cadernos, onde registrava tudo o que lhe cercava.

Foi no Canindé que seu talento foi descoberto: um jornalista estava no local, em busca de material para uma reportagem sobre a favela, que crescia acentuadamente. Viu Carolina ralhando com um bando de marmanjos que não queriam desocupar o parquinho, ameaçando colocar o nome deles em seu livro. O jornalista quis saber que livro era esse e percebeu ali o talento da escritora. Publicou algum dos escritos no jornal e reuniu os outros em Quarto de despejo, lançado em 1960.

A partir de então, Carolina conheceu o sucesso e a ascensão social, sendo convidada para diversas entrevistas e viagens, e virou assunto entre escritores de renome, como Rachel de Queiroz e Manuel Bandeira. Lançou mais dois livros e gravou um LP com canções de sua autoria. Foi traduzida para diversos idiomas e conhecida em inúmeros países. Saiu finalmente da favela e mudou-se para uma casa no bairro de Santana.

Entretanto o lampejo da fama durou pouco: em suas próprias palavras, Carolina tinha virado um artigo de consumo, alguém que é vista com curiosidade, mas descartada depois que a moda passa. Teve de voltar à condição de catadora de papel para garantir sua sobrevivência.

Morte

Carolina Maria de Jesus morreu no dia 13 de fevereiro de 1977, com 63 anos, cansada, asmática, esquecida pelo mercado editorial, morando num sítio em Parelheiros. Os livros publicados depois de Quarto de despejo não tiveram o sucesso do primeiro. O descaso fez com que a autora fosse preterida pelo cânone literário, mas a magnitude de seu trabalho criativo ressurge, nos últimos anos, devolvendo-lhe o epíteto de grande escritora que ela sempre soube ser seu.

Obras publicadas

Em vida

- Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960)

- Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada (1961)

- Pedaços da fome (1963)

- Provérbios (1965)

 

Publicações póstumas

- Diário de Bitita (1986)

- Meu estranho diário (1996)

- Antologia pessoal (1996)

- Onde estaes felicidade? (2014)

 

Autora prolífica de diversos gêneros textuais, Carolina morreu deixando muitos manuscritos que, até os dias de hoje, não foram publicados.

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/carolina-maria-de-jesus.htm


Humanidade

 

Depôis de conhecer a humanidade

suas perversidades

suas ambições

Eu fui envelhecendo

E perdendo

as ilusões

o que predomina é a

maldade

porque a bondade:

Ninguem pratica

Humanidade ambiciosa

E gananciosa

Que quer ficar rica!

Quando eu morrer…

Não quero renascer

é horrivel, suportar a humanidade

Que tem aparência nobre

Que encobre

As pesimas qualidades

 

Notei que o ente humano

É perverso, é tirano

Egoista interesseiros

Mas trata com cortêzia

Mas tudo é ipocresia

São rudes, e trapaçêiros

– Carolina Maria de Jesus, em “Meu estranho diário”. São Paulo: Xamã, 1996. (grafia original)

Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/carolina-maria-de-jesus-poemas/sus



Questões:

1- O que lhe chamou a atenção na biografia de Carolina Maria de Jesus?

2- Você deve ter observado que a autora não emprega a norma padrão de linguagem, porque isso ocorre ?

3- Uma pessoa sem escolarização pode se tornar escritor ou autor?

4- Comente o poema Humanidade de Carolina Maria de Jesus

5-  "Quem governa o Brasil não sabe o que é a aflição do pobre!" " O Brasil devia ser dirigido por alguém que já passou fome!" Ambas frases são de Carolina Maria de Jesus, pense a respeito, você concorda com essas afirmações? O que levou a autora a essas conclusões?

 



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