Nessa atividade vocês vão
- Ler a Biografia de Carolina
Maria de Jesus
- Ler Humanidade de Carolina de
Jesus, se necessário leia mais de uma vez
-Assistir ao Vídeo
- Responder as questões, devem
conter perguntas e respostas, podendo ser no caderno ou no word
- Me enviará as fotos ou arquivo da atividade por e:mail ruedlinger@prof.educacao.sp.gov.br,
no título do e-mail colocar Sala Seu Nome e Sobrenome e nome da atividade,
exemplo: 3b Carla Souza Dias Humanidade.
Antes de enviarem as fotos verifiquem se estão nítidas e não esqueçam de
colocar o nome embaixo de cada folha.
- Um ótimo trabalho a todos.
Biografia
Carolina Maria de Jesus é uma das
primeiras autoras negras publicadas no Brasil e teve sua vida atravessada pela
miséria e pela fome. Favelada e catadora de papel, narrou em seus escritos a
vida dura que teve desde a infância.
Além de instrumento de denúncia
social produzido por alguém que efetivamente vivia nessas condições de vida
devastadoras, suas mais de cinco mil páginas manuscritas, entre romances,
contos, crônicas, poemas, peças de teatro, canções e textos de gênero híbrido, dotadas
de estilo próprio, confrontam os ditames da tradição literária e da norma
padrão culta da língua. Carolina foi publicada em mais de 40 países e traduzida
para 14 línguas.
Natural da cidade de Sacramento,
sudeste de Minas Gerais, Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914.
De origem muito humilde, era neta de escravos e uma entre os oito filhos de uma
lavadeira analfabeta. Desde criança manifestava o desejo intenso de aprender a
ler e a curiosidade incessante sobre o mundo — tudo perguntava, tudo queria
saber.
Incentivada por uma das freguesas
de sua mãe, Carolina ingressa aos sete anos no Colégio Alan Kardec. Cursa a
primeira e a segunda séries do primário, mas teve que deixar a escola, pois a
mãe não conseguia mais manter a si e aos filhos na cidade e resolveu mudar-se
para a roça. Moraram ainda em diversos outros lugares, como Ubatuba, Franca e
Ribeirão Preto, sempre lidando com dificuldades. Passaram fome, frio, não
tinham onde morar.
Carolina chegou a São Paulo em
1947. Sua rebeldia natural fazia com que não se adaptasse ao trabalho de
empregada doméstica. No ano seguinte, engravidou de um português, que a
abandonou. Na época, ninguém dava emprego para mãe solteira e Carolina foi
morar na rua. Foi então que chegou à favela do Canindé: o governador paulista
Adhermar de Barros mandara recolher todos os mendigos pelas ruas e despejá-los
num grande terreno à margem esquerda do rio Tietê.
Construiu seu próprio barraco,
onde nasceram seus três filhos, João José (1948), José Carlos (1950) e Vera
Eunice (1953), cada um de um relacionamento diferente. Carolina dizia que homem
algum ia entender sua necessidade literária, pois estava sempre às voltas com
os livros, os lápis, os cadernos, onde registrava tudo o que lhe cercava.
Foi no Canindé que seu talento
foi descoberto: um jornalista estava no local, em busca de material para uma
reportagem sobre a favela, que crescia acentuadamente. Viu Carolina ralhando
com um bando de marmanjos que não queriam desocupar o parquinho, ameaçando
colocar o nome deles em seu livro. O jornalista quis saber que livro era esse e
percebeu ali o talento da escritora. Publicou algum dos escritos no jornal e
reuniu os outros em Quarto de despejo, lançado em 1960.
A partir de então, Carolina
conheceu o sucesso e a ascensão social, sendo convidada para diversas
entrevistas e viagens, e virou assunto entre escritores de renome, como Rachel
de Queiroz e Manuel Bandeira. Lançou mais dois livros e gravou um LP com
canções de sua autoria. Foi traduzida para diversos idiomas e conhecida em
inúmeros países. Saiu finalmente da favela e mudou-se para uma casa no bairro
de Santana.
Entretanto o lampejo da fama
durou pouco: em suas próprias palavras, Carolina tinha virado um artigo de
consumo, alguém que é vista com curiosidade, mas descartada depois que a moda
passa. Teve de voltar à condição de catadora de papel para garantir sua
sobrevivência.
Morte
Carolina Maria de Jesus morreu no
dia 13 de fevereiro de 1977, com 63 anos, cansada, asmática, esquecida pelo
mercado editorial, morando num sítio em Parelheiros. Os livros publicados
depois de Quarto de despejo não tiveram o sucesso do primeiro. O descaso fez
com que a autora fosse preterida pelo cânone literário, mas a magnitude de seu
trabalho criativo ressurge, nos últimos anos, devolvendo-lhe o epíteto de
grande escritora que ela sempre soube ser seu.
Obras publicadas
Em vida
- Quarto de despejo: diário de
uma favelada (1960)
- Casa de alvenaria: diário de uma
ex-favelada (1961)
- Pedaços da fome (1963)
- Provérbios (1965)
Publicações póstumas
- Diário de Bitita (1986)
- Meu estranho diário (1996)
- Antologia pessoal (1996)
- Onde estaes felicidade? (2014)
Autora prolífica de diversos
gêneros textuais, Carolina morreu deixando muitos manuscritos que, até os dias
de hoje, não foram publicados.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/carolina-maria-de-jesus.htm
Humanidade
Depôis de conhecer a humanidade
suas perversidades
suas ambições
Eu fui envelhecendo
E perdendo
as ilusões
o que predomina é a
maldade
porque a bondade:
Ninguem pratica
Humanidade ambiciosa
E gananciosa
Que quer ficar rica!
Quando eu morrer…
Não quero renascer
é horrivel, suportar a humanidade
Que tem aparência nobre
Que encobre
As pesimas qualidades
Notei que o ente humano
É perverso, é tirano
Egoista interesseiros
Mas trata com cortêzia
Mas tudo é ipocresia
São rudes, e trapaçêiros
– Carolina Maria de Jesus, em “Meu estranho diário”. São
Paulo: Xamã, 1996. (grafia original)
Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/carolina-maria-de-jesus-poemas/sus
Questões:
1- O que lhe chamou a atenção na
biografia de Carolina Maria de Jesus?
2- Você deve ter observado que a
autora não emprega a norma padrão de linguagem, porque isso ocorre ?
3- Uma pessoa sem escolarização
pode se tornar escritor ou autor?
4- Comente o poema Humanidade de
Carolina Maria de Jesus
5- "Quem governa o Brasil não sabe o que é
a aflição do pobre!" " O Brasil devia ser dirigido por alguém que já
passou fome!" Ambas frases são de Carolina Maria de Jesus, pense a
respeito, você concorda com essas afirmações? O que levou a autora a essas
conclusões?
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